Crianças venezuelanas buscam comida no lixo em Roraima

Crianças venezuelanas procuram comida no lixo em Pacaraima, município ao norte do estado de Roraima, a situação na cidade se agravou com as agressões à imigrantes no último sábado (18).

De acordo com informações do G1, três crianças foram flagradas catando sobras de comida pelas ruas, em entrevista à emissora elas disseram que sua família perdeu tudo quando moradores da cidade queimaram pertences de imigrantes no sábado.

“Nossa mãe não tem trabalho. Ela vendia café na rua, mas perdemos tudo quando queimaram nossas coisas”, afirmou uma menina venezuelana de 11 anos, “Procuramos comida, latinhas e coisas para vender”, completou a garota.

Junto à garota entrevistada, estavam seu irmão de 9 anos e um amigo de 12 anos, eles reviravam as lixeiras e pediam restos de alimento em ruas comerciais da cidade.

A avó dos irmãos conta em lágrimas que a família não tem dinheiro nem trabalho desde que chegou. Atualmente eles não dormem mais na rua, estão abrigados na casa de uma moradora da cidade, também venezuelana, os restos de comida coletados são divididos entre todos da residência.

Violência

No último sábado (18), moradores de Pacaraima se revoltaram com o assalto e agressão de um comerciante brasileiro, supostamente cometido por quatro venezuelanos.

A fúria de populares com a situação gerou uma onda de violência na cidade, inúmeros venezuelanos foram agredidos, tiveram seus pertences queimados e acabaram expulsos do país enquanto uma multidão cantava o hino nacional pelas ruas. Vídeos publicados nas redes sociais com as cenas de hostilidade chocaram o país nesta semana.

Ações do Governo Federal

Na manhã desta quinta-feira (23), o governo federal se comprometeu a acelerar o processo de interiorização de venezuelanos para outros estados, em uma tentativa de desafogar a fronteira e evitar novos episódios de violência. De acordo com a Agência Brasil, a expectativa do Governo é de que até o fim da próxima semana pelo menos 250 pessoas deixem o local. Até o fim do mês que vem a meta é retirar voluntariamente cerca de 1.000 venezuelanos de Roraima.