Odebrecht estuda mudança de nome para recuperar reputação
além de encolhimento dos negócios
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Passando pela mais severa crise em 72 anos, a Odebecht tem alguns planos para se reerguer. Para limpar a imagem, ações incluem a troca do nome do grupo, a redução dos negócios em até 60% e a disseminação da ideia de que errou ao subornar políticos, noticiou o jornal Folha de São Paulo. A única característica a ser mantida seria a excelẽncia técnica.
A troca de nome, entretanto, é a atitude mais polêmica a ser tomada, em detrimento aos riscos embutidos. A marca se manteve, mesmo em meio a unificação da Odebrecht em quase todos os negócios do grupo, que ocorreu em 2013, por decisão de Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo, preso em Curitiba.
A Folha ouviu um executivo que participou do processo que disse ter sido uma “decisão imperial”, pois havia vários especialistas contra a unificação. A má reputação que a empreiteira tinha por causa do envolvimento em escândalos desde o governo de Fernando Collor era um dos motivos. A manipulação do Orçamento federal, em 1993, e as suspeitas de que o então presidente Fernando Henrique Cardoso beneficiaria o grupo em 1998 também eram levadas em consideração pelos especialistas.
Em seu livro de memórias, o próprio FHC diz que o grupo “tem um nome tão ruim”, mesmo elogiando Emílio Odebrecht, que era presidente do grupo quando o texto foi escrito, em 1995, diz a Folha.
A especialista em marcas, Ana Couto, participou do processo, pois cuidada de uma empresa da área de saneamento do grupo (a Foz), e foi contrária à medida. “Essa estratégia monolítica é muito arriscada: você fortalece o grupo como um todo, mas, quando dá um problema, a imagem cai como um castelo de cartas”, afirma. Ela concorda com o fato de que o nome “já carregava a má reputação e carga antipática típica das empreiteiras”.
Marcelo Odebrecht foi preso em 2015, pela Lava Jato. E, com o acordo no qual o grupo diz ter pago mais de R$ 3,3 bilhões em propina em 12 países, a reputação da companhia foi a zero. Conforme a Folha, apenas a eficiência técnica restou de positivo, fat oque jamais foi questionado, segundo executivos ouvidos pela Folha com a condição, no entanto, de que seus nomes não fossem citados.
A Folha afirma que a mudança ética, a que se comprometeu realizar, e a eficiência técnica serão as armas para reconstruir a reputação da corporação e a eventual nova marca deve ser uma consequẽncia. Há duas possibilidades: usar uma única marca (uma das opções é ODB) ou criar nomes independentes para cada um dos negócios do grupo.
Entretanto, sem a mudança de atitude, a nova marca pode ser um desastre, conforme afirma Ana Couto. “Essa mudança não pode ser mera maquiagem ou coisa de marqueteiro. O público nota que foi feito um mero truque”, pontua.
Encolhimento
A redução nos negócios é uma das atitudes éticas para reerguer a reputação da Odebrecht. Segundo a Folha, o último dado disponível, de 2015, o grupo teve uma receita bruta de R$ 132,5 bilhões e acumula dívida de R$ 100 bilhões.
Os executivos discutem porém, que a receita pode cair para R$ 50 bilhões em um prazo de 5 anos. Uma diferença grande em vista dos R$ 200 bilhões previstos antes da prisão de Marcelo Odebrecht em junho de 2015.
A maior preocupação do grupo é a dívida e, para isso, o plano é vender ativos no valor de R$ 12 bilhões, informou a Folha. As concessões que a Odebrecht e os sócios têm do estádio do Maracanã e que foram abandonadas com a crise, estão à venda. Assim como as concessões do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
Completam a lista a participação da Odebrecht na hidrelétrica de Santo Antônio em Rondônia, em um gasoduto no Peru e em uma área de extração de petróleo em Angola.
Procurada pela Folha, a Odebrecht não se pronunciou.
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