Artista renomado é preso por ficar nu durante performance em Brasília
Ação da polícia foi violenta, diz artista
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Ação da polícia foi violenta, diz artista
O consagrado artista da performance brasileira Maikon Kempinski, conhecido como Maikon K, foi preso neste sábado (15) em uma ação policial após ficar nu em uma apresentação ao ar livre, enquanto realizava sua performance “DNA de DAN”, que faz parte do Palco Giratório do Sesc.
A performance era realizada em frente ao Museu Nacional da República, em Brasília, quando a Polícia Militar do Distrito Federal decidiu interromper a apresentação e decretar a prisão do artista paranaense por “atentado ao pudor”.
Ele foi levado à 5ª Delegacia de Polícia na Asa Sul de Brasília, onde foi obrigado a assinar um termo circunstanciado por “praticar ato obsceno”, mesmo se tratando de uma performance artística, e só então foi liberado.
“Não estava ali como pessoa física, mas sim como artista contratado pelo Palco Giratório do Sesc”, disse Maikon K ao Portal UOL. O artista conta que parte do cenário de sua apresentação – uma gigante bolha de plático transparente – foi destruída pela PM.
“Usaram de violência. Um sargento me imobilizou depois com uma chave de braço e não permitiu que eu levasse nem meus sapatos e documentos. Ninguém pôde me acompanhar na viatura, fui socado num porta-malas de camburão junto com um pneu de estepe”, conta o artista.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e o secretário de Estado de Cultura, Guilherme Reis, telefonaram para Maikon K para pedir desculpas em nome do Distrito Federal pelo episódio. O artista está sendo assessorado por advogados do Sesc, e diz que o incidente não impedirá de continuar sua arte.
“Podem me colocar diante de um juiz. Eu sei que eu não fiz nada de errado nem nada pelo qual eu deva me envergonhar. Eu estava trabalhando, e minha função é essa: perturbar a paisagem controlada dos sentidos”, declarou.
Arte consagrada
Desde 2013 a performance DNA de DAN é estrelada por Maikon K em diversas cidades do país, já tendo passado por Curitiba, Rio de Janeiro, Belém, Belo Horizonte, São Paulo e outras capitais, sem nunca ter sofrido qualquer restrição, explica o artista.
A performance foi inclusive escolhida pela artista mundialmente reconhecida Marina Abramovic, para integrar sua megaexposição “Terra Comunal”, no Sesc Pompeia, em São Paulo, em 2015.
Na performance, Maikon K permanece dentro de uma bolha de plástico gigante e com o corpo nu coberto de um líquido que aos poucos se resseca, até enfim se quebrar, revelando a pele do artista.
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