Abraji diz ser inaceitável quebra de sigilo telefônico de jornalista

Investigações da cúpula do BB em 2012

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Investigações da cúpula do BB em 2012

Uma série de reportagens publicadas pela Folha de São Paulo em 2012, fez com que a jornalista Andreza Matais tivesse o sigilo de dados telefônicos quebrado por determinação da Justiça de São Paulo. Para a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), decisão é inaceitável.

Andreza, atualmente colunista no Estadão, na ocasião apurou e publicou uma série de reportagens sobre investigações na cúpula do Banco do Brasil pela Folha de São Paulo. O ex-vice presidente do banco Allan Simões Toledo, citado na reportagem de Andreza, estava sendo investigado por ter recebido quase R$ 1 milhão depositados em uma conta bancária em 2011.

O delegado Rui Ferraz Fontes foi quem solicitou a quebra do sigilo telefônico da jornalista para descobrir quem teria sido fonte de Andreza. Quem autorizou a ação foi o juiz Rubens Pedreiro Lopes, no dia 8 de novembro de 2016, para que a Policia Civil de São Paulo tivesse o acesso aos registros de ligações de três celulares usados pela jornalista durante a apuração,

Segundo informações da Abraji, Rui teria agido a pedido de Toledo, ex-vice-presidente do banco, que é citado na reportagem. Mônica Margarinos Torralbo foi a promotora que aceitou pedido de Fontes, após a manifestação contraria de outros três magistrados.

A Abraji, se manifestou indignada e lembra que o sigilo da fonte está garantido na constituição.

“É com indignação que a Abraji vem, mais uma vez, lembrar a membros da Polícia, do Ministério Público e do Judiciário que o sigilo da fonte é uma garantia constitucional (Art. 5º, inciso XIV) e não pode ser violado. A associação repudia a decisão de Lopes e roga à Justiça que a reverta, cumprindo a Constituição Federal e observando o Estado democrático de direito em que o país ainda vive”.

Segundo informações do Estadão, a defesa da jornalista pediu à justiça que reconsidere a decisão. 

O caso

Toledo era vice-presidente de Atacado, Negócios Internacionais e Private Banking do banco e foi exonerado da função após ser identificado pelo governo como um dos participantes de um movimento contrário ao então presidente do banco Aldemir Bendine, segundo informações da Folha de São Paulo.

O caso aconteceu em meio a uma disputa política que envolvia a cúpula do BB e a Previ, fundo de pensão dos funcionários da instituição.

 

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