Brasil é 2º em lista de piores países para mulheres turistas

Portal inglês monta ranking com nações mais perigosas para mulheres que viajam sozinhas

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Portal inglês monta ranking com nações mais perigosas para mulheres que viajam sozinhas

O site inglês Daily Mail reuniu experiências de seus repórteres, entrevistas com blogueiras de turismo, especialitas em segurança e viagem, além de dados oficiais para listar as 10 cidades do mundo mais perigosas para mulheres viajantes. O Brasil aparece na segunda posição do ranking e é apontado como local de risco onde as turistas que viajam sozinhas precisam ficar mais alertas e terem mais cuidado devido à violência.

O site inclui o Brasil no topo da lista – atrás somente da Índia – devido ao perigo de assaltos. Eles classificam a situação da segurança pública como “violência generalizada mantida por gangues criminosas e policiais abusivos”. 

Em seguida, os estupros também são fonte de preocupação, já que o Ministério da Saúde registrou aumento de 157% de casos entre 2009 e 2012. “Os estupros são estimulados pela cultura de machismo do País”, explica a população. Eles relembram o caso de um turista americana violentada em um ônibus no Rio, enquanto o namorado foi algemado. O portal afirma que tentaram encobrir o ato devido à Copa do Mundo, mas que estupro e outros tipos de violência continuam a ser problemas para as turistas.

Mas o Brasil não aparece na lista como o único destino com casos como este, todas as nações do ranking têm maus exemplos que são lembrados pela publicação.

O levantamento é encabeçado pela Índia, país que registra um caso de estupro a cada 20 minutos. 

A Turquia vem em terceiro lugar e as ocorrências são tão frequentes que as mulheres locais se movimentam em protestos contra estupros e mortes de mulheres.

A Tailândia está na quarta posição e as autoridades locais culpam o uso de drogas e abuso de álcool pelo aumento deste tipo de violência.

O Egito aparece na quinta colocação. Desde 2011, quando enfrentou conflitos políticos e econômicos, uma onda de violência contra a mulher dominou as ruas e casos são frequentemente registrados nas ruínas de alguns locais.

A Colômbia é o sexto país mais perigoso do mundo para viajantes solos. O site observa que a situação melhorou muito nos últimos 10 anos, mas ainda é preocupante, principalmente em regiões mais pobres, e muito devido à corrupção da polícia que mantém os casos de estupro longe da justiça. Além disso, Bogotá tem um dos sistemas públicos de transporte mais perigosos para a mulher.

Na sétima posição está a África do Sul que, apesar de ter muitas melhorias no setor de turismo, tem umas das maiores taxas de violência sexual do mundo. Foram registradas 66 mil abusos entre 2012 e 2013, um balanço de 127 casos para cada 100 mil habitantes.

O Marrocos ocupa o oitavo lugar por causa de falta de políticas públicas que protejam as mulheres.

Em nono, o México é um destino que exige cuidado em alguns pontos por causa de assaltos e violência sexual no transporte público.

O Quênia é o décimo país mais perigoso. Em 2010, uma pesquisa concluiu que 32% das meninas tinham vivido alguma situação de violência sexual antes de chegaram à fase adulta. Sequestros também são uma preocupação.

Cuidados
Especialistas em segurança explicam que estes levantamentos não devem impedir ninguém de viver a experiência de uma destas viagens, mas servem de alerta. “Tem uma grande diferença entre ser uma viajante sozinha no Brasil e na Dinamarca e precisamos ser honestos sobre os perigos”, afirma Julie Kreutzer, diretora do site International Women’s Travel Center.

“Existem lugares em que as mulheres são tratadas como um tipo de cidadão de segunda classe e pode ser frustrante viver isso, mas tento me lembrar que as pessoas são genuinamente boas e me esforço para me comportar e vestir de forma apropriada”, diz a blogueira Stephanie Yoder. Ela explica ainda que sempre segue o instinto e toma cuidados básicos como não carregar muito dinheiro e não sair sozinha à noite.

Outra dica valiosa é não atualizar todo o roteiro nas redes sociais, além de evitar consumir muita bebida álcoolica quando estiver desacompanhada e tomar cuidado com as pessoas que interage ao longo do caminho.

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