Foi condenado a 14 anos de reclusão, em regime fechado, Bruno Cézar de Carvalho de Oliveira, pelo homicídio de Emerson Salles, assassinado a tiros em agosto de 2020. O motoentregador atirou e matou o colega de trabalho em uma lanchonete, na Avenida Mato Grosso.

O Conselho de Sentença acolheu tese apresentada pela defesa, de homicídio privilegiado, após reconhecer que o réu agiu sob violenta emoção após injusta provocação da vítima. No entanto, Bruno também foi condenado pelo homicídio qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Ele responde pelo porte ilegal de arma de fogo. Assim, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, definiu pena de 14 anos de reclusão para Bruno, que cumprirá em regime fechado. Além disso, foi indeferido pedido de revogação da prisão preventiva, feita pelo de defesa, Alex Viana de Melo.

‘Advogado do PCC'

Em determinado momento, durante sustentação da defesa de Bruno, o advogado Alex e o promotor de Justiça Douglas Oldegardo tiveram uma discussão. Consta no registro da ata que o magistrado inclusive pediu a retirada dos jurados durante a briga entre acusação e defesa.

Por fim, o advogado alegou que deve pedir anulação do julgamento, “por conta de que o promotor falou que este advogado é advogado do PCC, que a promotora Luciana Rabelo não faz júri com ele por causa disto e que o MPMS não mais o aguenta”.

Homicídio filmado

Imagens das câmeras de segurança próximas da lanchonete mostram o momento em que Bruno atira em Emerson. A vítima cai e o autor se aproxima, dando um último tiro na cabeça da vítima, que ainda chegou a ser socorrida. Emerson morreu na Santa Casa de Campo Grande logo após dar entrada.

Conforme as informações policiais, uma funcionária do local entrou em desespero e pediu para que Bruno não atirasse contra Emerson, mesmo assim, ele fez o disparo. Um dia antes do crime, Bruno teria levado a motocicleta para arrumar e, por isso, avisou que Emerson trabalharia sozinho.

Assim, os dois já tiveram uma primeira briga, em que trocaram xingamentos. Já na noite do crime, o autor estava conversando com um funcionário da lanchonete e perguntou se era Emerson quem iria lá. “Tomara que ele nem venha, se não ele vai ter o dele”, teria ameaçado o colega, momentos antes de Emerson chegar ao serviço.

Logo que Emerson chegou, ele e o colega iniciaram a discussão e depois começaram a se agredir. Com isso, os dois teriam trocado socos e ainda foram ‘apartados' pelas pessoas que estavam ali, mas brigaram novamente. Foi então que o entregador sacou a arma de fogo, que não se sabe ao certo se estava na cintura ou na mochila.

Neste momento, ele fez os primeiros disparos e a dona da lanchonete implorava para que ele não matasse Emerson, conforme os relatos policiais. Mesmo assim, ele deu mais um disparo na cabeça da vítima. Essa questão também é rebatida pela defesa de Bruno, que afirma que a proprietária do estabelecimento só chegou ao local após o crime.