Cientistas brasileiros contribuíram com 715 artigos publicados em 2014

A nova edição do suplemento “Nature Index Global”, lançado nesta quarta-feira (17) pelo grupo “Nature”, colocou o Brasil na 23ª posição em um ranking de países que mais publicaram artigos científicos em periódicos de grande impacto em 2014.

Segundo o levantamento, foram 715 artigos lançados em 2014 por pesquisadores brasileiros (seja na autoria principal ou coparticipação) em quatro diferentes áreas – Química, Ciências da Vida, Terra e ambiente e Ciências Físicas.

Em 2013, primeiro ano analisado pelo relatório,o Brasil ocupou a mesma posição, mas publicou 670 artigos.

O índice levou em conta somente as publicações realizadas em 68 periódicos científicos de grande impacto. A lista de revistas foi definida por cientistas independentes que responderam em qual eles gostariam de publicar suas pesquisas mais significativas.

O país foi o mais bem posicionado da América Latina. A publicação mostra que a Argentina subiu uma posição e agora está em 30º lugar no ranking, tornando-se o segundo país mais bem colocado. O México ficou em 34ª lugar, mesma colocação da edição anterior.

Segundo a análise da “Nature” sobre a região, o crescimento em número absoluto não é suficiente para colocar esses países entre os líderes da comunidade científica e cita a dependência quase que exclusiva de financiamento público para pesquisa. “Nessa região, fundos públicos são muito mais importantes do que parcerias com o setor privado e cientistas raramente se tornam empreendedores”, explica a publicação.

Sobre investimentos, o documento mostra que o Brasil foi o que mais aplicou verbas na área de Pesquisa e Desenvolvimento (1,3% do Produto Interno Bruto, o PIB). O México foi o segundo governo a investir mais nessa área (0,5% do PIB), seguido do Chile, com 0,36% do PIB (o país ficou na 32ª posição no índice Nature).

 

Expectativa de mais destaque
O relatório da “Nature” afirma que projetos “ambiciosos e controversos” como o Programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal, podem ajudar a impulsionar a relevância da pesquisa científica realizada no país e na América Latina.

O relatório mostra ainda que a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, foi a instituição latino-americana que mais teve colaboradores envolvidos em pesquisas internacionais. A Universidade de São Paulo (USP) aparece na quarta posição entre as cinco universidades que mais fizeram esse tipo de parceria.

Apesar deste destaque, não há nenhuma universidade brasileira no ranking das 200 instituições globais que mais publicaram artigos de impacto. A lista é encabeçada pela Academia de Ciências Chinesa, da China, seguido da Universidade Harvard, dos Estados Unidos.