Ministério Público abre inquérito para investigar circo com ‘cúpido de cueca’ em MS
Inquérito pede explicações sobre participação da Prefeitura de Amambai na divulgação do evento realizado pelo circo
Gabriel Neves –
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O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abriu inquérito para investigar a regularidade da divulgação do circo chamado “Show do Cupido”, realizado em Amambai. O evento recebeu diversas críticas por conta do tom erótico de algumas apresentações.
O documento é assinado pelo promotor Thiago Barbosa da Silva.
Nele, Thiago afirma que a investigação busca “apurar a responsabilidade por eventual descumprimento das normas atinentes à divulgação e exibição de espetáculo previstas no ECA e legislação correlata”.
Na época, vídeo feito de umas das apresentações gerou revolta no público. A gravação mostra artistas se apresentado com roupas que cobriam apenas as partes íntimas.
Vale ressaltar, que grande parte da plateia era composta por crianças. Nos cartazes de divulgação, o circo afirma que a apresentação se tratava do “maior show de circo cosplay do Brasil”.
No Inquérito Civil, o promotor pede que a Prefeitura de Amambai explicasse o apoio cedido para a realização do evento. Em resposta, o Executivo afirmou que parceria se “limitou à produção (não impressa) de uma arte do show com o selo de apoio da Sedesc”.
Além disso, a prefeitura afirmou não ter realizado incentivo financeiro e ressaltou ter se surpreendido com o conteúdo apresentado ao vivo durante o evento.
O inquérito também busca explicações do espaço onde o evento foi realizado. O inquérito foi aberto após denúncia do deputado estadual, Rafael Tavares (PRTB).
Apresentação de cúpido de cueca vira caso de polícia
Na época, a Polícia Civil passou a investigar o circo após denúncias de pais de crianças, que presenciaram apresentação de um homem vestido só de cueca.
Segundo a delegada da Polícia Civil, Alana Lima, no dia da apresentação o delegado plantonista foi acionado após denúncias das mães.
No dia seguinte, a delegada afirma que outros responsáveis das crianças procuraram a delegacia para fazer a denúncia, e o circo agora deve ser investigado por ato obsceno e importunação sexual.
O que motivou as denúncias foi a apresentação de um palhaço, que estava fantasiado de cupido, e que vestia uma cueca, com um coração vermelho sobre as partes íntimas.
Imagens gravadas por espectadores do show revelam que o homem interage com a plateia, cheia de crianças, e tenta até sentar no colo de um homem, que o empurra.
Nas redes sociais, muitos moradores da cidade que assistiram ao espetáculo falaram sobre a revolta causada pela apresentação.
“Uma pouca vergonha. Disseram que era um espetáculo de circo e no fim foi uma encenação de pornografia”, disse uma mulher.
Multado por usar animais em circo
O proprietário do circo também foi multado e autuado. Ele usava cobras em atrações, o que é proibido por lei estadual.
Conforme a PMA (Polícia Militar Ambiental), os militares souberam do uso dos animais em atrações e foram até o circo. Lá, encontraram as cobras, sendo uma jiboia de 1,2 metro e uma píton, de 1 metro.
Os animais foram recolhidos e a empresa alegou que não sabia da proibição de uso dos animais nas apresentações no Estado.
“Fica proibida, em todo o território do Estado de Mato Grosso do Sul, a apresentação de espetáculo circense ou similar que tenha como atrativo a exibição de animais de qualquer espécie”, diz o artigo 1º.
Além disso, as cobras também não tinham qualquer documentação. Os animais foram apreendidos e serão encaminhados ao Cras (Centro de Animais Silvestres), em Campo Grande.
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