Pular para o conteúdo
Transparência

Mesmo com isenção de ISS e aumento no passe de ônibus, Consórcio é autorizado a receber R$ 15,6 milhões

Sem promessa de melhorar a frota e nem de colocar mais ônibus nas ruas, vereadores aprovaram medida sancionada hoje pela Prefeitura
Evelin Cáceres, Anna Gomes -
Ônibus de Campo Grande: lotado, com menos linhas nas ruas e um dos maiores valores de passagem do país (Foto: Fala Povo/Midiamax)

O Consórcio Guaicurus, que já tem isenção do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) em e também conseguiu aumentar o valor do passe de , apesar de manter a frota sucateada nas ruas e menos veículos, conseguiu um terceiro benefício, sancionado nesta quarta-feira (26): um aporte de até R$ 15,6 milhões.

A lei que concede o novo benefício foi aprovada pelos vereadores durante sessão na terça-feira (25) e sancionada menos de 24 horas depois. O projeto, que não estava pautado, chegou na e foi colocado para votação em regime de urgência durante as votações. Sem discussão entre os parlamentares.

Além disso, o Consórcio Guaicurus, que diariamente é alvo de reclamações da população, já escapou pelo menos três vezes de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) na Câmara Municipal de Campo Grande. Até mesmo uma reunião marcada este mês para cobrar frota nova foi cancelada pelos vereadores.

Desde que assumiu a concessão, o grupo formado pelas empresas Viação Cidade Morena, Viação São Francisco, Jaguar Transporte Urbano e Viação Campo Grande conseguiu “se livrar” três vezes de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) na Câmara. Em três ocasiões, a investigação sequer foi apoiada.

Em 2015, uma CPI foi discutida na Casa de Leis após a concessionária garantir aumento na tarifa de R$ 3 para R$ 3,25, mesmo tendo isenção fiscal. Porém, não houve requerimento apresentado.

Já em 2016, outra vez, alguns parlamentares defenderam que investigação deveria ser feita pela prefeitura após o Jornal Midiamax revelar que ônibus ficariam “escondidos” nas garagens. De novo, nada aconteceu.

Benefício milionário, mas sem promessa de melhorias

A lei sancionada nesta quarta-feira (26) pela prefeita Adriane Lopes (Patriota) autoriza o Poder Executivo Municipal a conceder subvenção econômica ao serviço de transporte público coletivo regular de passageiros, executado sob regime de concessão no município de Campo Grande.

Na prática, a Prefeitura de Campo Grande poderá pagar até R$ 3,6 milhões a mais este ano para o Consórcio Guaicurus em forma de repasses mensais para custear as gratuidades do transporte coletivo municipal aplicadas aos estudantes da rede municipal, idosos, deficientes e seus acompanhantes, assim como aqueles com esse direito garantido por legislação local.

Isso porque a Câmara Municipal aprovou, o repasse mensal de até R$ 1,3 milhão pelo município ao Consórcio Guaicurus. Desde junho do ano passado, a prefeitura iniciou repasse de até R$ 1 milhão ao mês como forma de ‘segurar’ o avanço da tarifa.

Dessa forma, somente de repasse municipal, as empresas que exploram o transporte coletivo público de Campo Grande poderão receber até R$ 15,6 milhões em 2023. No ano passado, o total de subsídio municipal injetado nos cofres das empresas de ônibus foi de R$ 9,7 milhões. Ou seja, haverá incremento de 60% de verba municipal.

Segundo a lei, o repasse é feito a critério do Poder Executivo Municipal, mediante aferição em estudo de equilíbrio econômico-financeiro elaborado pela (Agência Municipal de Regulação dos Serviços
Públicos) e, mediante prévia apresentação de relatório mensal dos gastos à Semed (Secretaria Municipal de Educação) e SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social).

Câmara pode revisar isenção fiscal

Na quarta, o presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges (PSB), o vereador ‘Carlão’, disse que o Consórcio deve sinalizar com melhorias na frota para continuar com a isenção do ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza). “Eles têm que fazer um sinal de que realmente vão melhorar o transporte coletivo”.

Carlão destaca que a concessionária terá 90 dias para demonstrar a melhora no transporte público. Assim, “no mês de junho, mais tardar em julho, eles têm que ter colocado ônibus novos”.

Por fim, afirma que “a Comissão de Transporte agora vai cobrar doído” sobre a renovação da frota. “A partir de que eles receberem agora, vamos dar um prazo para que eles comecem a trocar a frota e a prefeitura também tem que fazer isso. Então agora em abril vamos fazer uma reunião com eles, junto com a prefeitura”, declarou.

O presidente da Comissão de Transporte da Câmara de Campo Grande, vereador Alírio Villasanti (União ), pontua que “ficou definida a necessidade de renovação da frota, até porque muitos dos ônibus atuais estão com idade média fora do que é estabelecido no contrato”. 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Manutenção em rede com vazamento deixa parte do Jardim Cerejeiras sem água

Caminhão arrasta cabos de telefonia e deixa trânsito lento no Jardim dos Estados

prefeito urt eleições

TSE marca julgamento que pode anular candidatura de prefeito eleito em Bandeirantes para 29 de maio

João Guilherme causa alvoroço em rede social ao comentar vídeo de influencer comprometida

Notícias mais lidas agora

Desvios na Educação: Nem funcionários conhecem empresa com venda milionária na gestão de Reinaldo

Corrupção no TCE-MS: Justiça mantém ação que cobra R$ 19,3 milhões de Waldir Neves e Cícero

Motociclista morre ao colidir contra poste no Vespasiano Martins

Ministe´rio abre investigação sobre novo caso suspeito de gripe aviária em MS

Últimas Notícias

Trânsito

Motociclista morre ao colidir contra poste no Vespasiano Martins

Socorro foi acionado, porém, o rapaz morreu no local

Política

Justiça suspende ato de Riedel e derruba nomeação de Carlos Alberto de Assis na Agems

À frente da pasta desde 2021, após três anos como secretário de administração na gestão Azambuja, Assis perde remuneração fixa de mais de R$30 mil por mês.

Trânsito

VÍDEO: ônibus do Consórcio Guaicurus pega fogo na Gury Marques

Condutores utilizaram quatro extintores

Brasil

Governo reprova três marcas de café por serem impróprias para consumo

São consideradas matérias estranhas no café: grãos ou sementes de outras espécies vegetais