Detran-MS é alvo de operação ‘Recurso Privilegiado’ por fraudes no sistema de multas
Inquérito do MPMS apura exclusão indevida de multas lançadas no sistema do departamento
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O MPMS (Ministério Público Estadual) deflagrou nesta terça-feira (11) a Operação Recurso Privilegiado, que apura fraudes no sistema do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de MS). A operação conta com apoio do Gaeco (Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
A investigação foi executada pela 30ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, sob o comando do promotor de Justiça Fábio Ianni Goldfinger, com o objetivo de apurar fraudes no sistema do Detran-MS por exclusão indevida de multas lançadas.
De acordo com o MPMS, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos alvos relacionados aos fatos investigados em Campo Grande e no Município de São Gabriel do Oeste. A assessoria do órgão ainda não detalhou os quantitativos, mas os mandados foram cumpridos nas primeiras horas desta manhã e os itens apreendidos entregues na sede do gaeco por volta das 11h.
Esquema antigo
Esquemas fraudulentos para livrar CNHs (Carteira Nacional de Habilitação) de multas são conhecidos pelas autoridades investigativas em MS. O Jornal Midiamax confirmou junto ao MPMS que a operação desta terça-feira (11) é continuidade de investigação revelada em reportagem de junho de 2020 que descreve esquema no órgão para “limpar” multas de ‘playboys’, que cometem infrações gravíssimas como exibir manobra perigosa (arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus) e até rachas (disputar corridas).
Em comum, são todas apontadas como gravíssimas no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e possuem na penalidade, além da multa pesada, a suspensão do direito de dirigir e a apreensão do veículo, geralmente carros de luxo ou camionetes grandes de alta performance. Para anular as multas e se livrar do risco de perder a CNH, os motoristas pagavam de R$ 3 a R$ 5 mil.
Neste esquema, geralmente, a “clientela” tinha alto poder aquisitivo e cometia infrações sempre ligadas a ‘algazarras’ no trânsito em regiões nobres de Campo Grande. Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, os autos de infração aplicados aos motoristas que pagavam propina para o grupo simplesmente ‘sumiam’ do sistema do Detran-MS, ou nem chegavam a ser inseridos.
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