A força-tarefa da , iniciada terça-feira (3) por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e que trouxe delegados de Brasília (DF) para colher os depoimentos, ouviu entre testemunhas e acusados de envolvimento no esquema de corrupção 96 pessoas em dois dias de trabalho.

Em foram ouvidas 81 pessoas. Duas delas foram depor na sede da PF (Polícia Federal) em Dourados, enquanto outras 79 na sede campo-grandense. Mais 15 pessoas foram ouvidas fora do Estado, segundo a assessoria da PF.

Na Capital, 65 pessoas compareceram para depor na terça. Já na quarta-feira (4) o número foi de 14 pessoas ouvidas. Ao todo, 101 pessoas e empresas foram intimadas para comparecer à PF e prestar depoimento, conforme decisão do delegado Leandro Alves Ribeiro, assinada em 13 de agosto.

Entre os ouvidos, estão 14 investigados na Vostok que foram presos há um ano em decorrência da deflagração da operação. Entre eles estão o delator da Lama Asfáltica, Ivanildo Miranda, o empresário João Roberto Baird, o deputado estadual Zé Teixeira e o conselheiro do Tribunal de Contas, .

A lista também conta com o nome do ex-prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, o pecuarista de Aquidauana, Zelito Ribeiro, e o dono do frigorífico Buriti, Pavel Chramosta, além de seu filho, Daniel Chramosta.

Já entre as testemunhas intimadas pela PF, está o senador Nelson Trad Filho (PSD), o atual prefeito de Aquidauana e irmão de Zelito, Odilon Ribeiro (PDT), a mãe deles, Maria Tereza Ribeiro, a mãe do governador, Zulmira Azambuja, o irmão dele, Roberto de Oliveira Silva Junior. O filho do governador, Rodrigo Souza e Silva, que foi preso no ano passado, não foi intimado dessa vez.

Completam a lista de testemunhas a esposa de Nelson Cintra, Maria Lucia Barbosa Ribeiro, e a do secretário Sérgio de Paula, Shirlei Suzini de Paula. Ugo Furlan, que morreu em dezembro do ano passado, também foi citado. Ele era dono da fazenda Paraíso, hoje vigiada por policiais militares devido a uma ocupação indígena.

Empréstimo de conselheiro e conta bancária com R$ 12 milhões

De acordo com testemunhas que foram ouvidas na PF, as perguntas feitas pelo delegados foram referentes a uma conta bancária com R$ 12 milhões usada para realizar supostas compras e vendas de gado, conforme aponta a investigação.

Notas frias eram usadas no esquema na tentativa de mascarar o recebimento de propinas, segundo a Polícia Federal. A situação foi delatada pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, que dizem ter pago propina em troca de incentivos fiscais.

Em seu depoimento, o conselheiro Márcio Monteiro teria respondido a perguntas relativas a um empréstimo bancário realizado por ele. Já o dono do frigorífico Buriti ao ser abordado pela reportagem em frente à PF de Campo Grande, negou que foi depor e disse que estava no local para retirar o passaporte.

Confira aqui a lista completa de pessoas e empresas que foram intimadas pela PF.