Pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul viram vexame nacional com indícios de fraude em 2022
Tática rudimentar usa número absurdo de questionários e descarta os necessários para manipular pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul a favor de quem paga
Da Redação –
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Pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul se tornaram exemplo nacional de como agem os esquemas suspeitos de manipular resultados e ‘entregar’ resultados mediante contratação de candidaturas.
A picaretagem é crime eleitoral, mas ganhou espaço na campanha para as eleições do dia 2 de outubro de 2022 em Mato Grosso do Sul embalada por políticos de vários grupos.
Os indícios de fraude, segundo denúncias que já tramitam em órgão federal, começam desde a montagem de ‘institutos’ que não passariam de extensão de campanhas, até o pagamento por resultados com números favoráveis para empolgar cabos eleitorais.
Historicamente, os políticos locais adotaram a prática de usar as pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul como instrumento para embalar a militância.
Além disso, números favoráveis são usados para atrair apoio financeiro e político, ao invés de serem meio científico de mensurar a intenção do eleitorado em determinado período de tempo e apontar tendências.
Pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul: indícios de fraude
Assim, no embalo de entregar números que agradem a quem está pagando, a picaretagem ganhou espaço nas campanhas regionais a ponto de as pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul virarem exemplo nacional de trabalhos que reúnem inúmeros indícios de fraude e manipulação.
Desde profissionais que assinam como responsáveis, mas nunca teriam checado uma linha sequer do que assinam, até equipes de coleta formadas por cabos eleitorais ou pessoas cadastradas em programas públicos de assistência sociais, tudo seria organizado para ser plenamente manipulado.
Como verificar os detalhes das pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul pelo TRE?
Segundo estatístico que abriu mão de trabalhar para empregadores locais depois que entendeu qual seria a ‘intenção’ do projeto para o qual foi chamado, táticas rudimentares de interferência são aplicadas.
Segundo ele, as manobras técnicas seriam facilmente identificadas, caso haja interesse por parte das autoridades ou das campanhas adversárias. “Em algumas eleições já tivemos uma atuação fortíssima da justiça eleitoral coibindo práticas fraudulentas, mas acho que depende do ânimo geral”, pondera.
Para conferir detalhes como quem está pagando, quem é o profissional responsável e até quantos questionários cada pesquisa garante ter feito, ou onde, é possível consultar o sistema de registro de pesquisas do TRE-MS.
No entanto, segundo quem atua em campanhas eleitorais sul-mato-grossenses há décadas, caso os responsáveis por investigar queiram mesmo identificar os laços duvidosos entre ‘institutos’ e candidaturas, bastaria quebrar o sigilo bancário dos suspeitos que se identificam como empresários do setor.
Questionários ‘extras’ seriam descartados até sobrarem os de candidatos beneficiados
“Os caras chegam já com um número absurdo de entrevistas, desnecessário estatisticamente, para ter um volume de formulários que permita o descarte daqueles cujas respostas vão prejudicar o resultado desejado”, relata.
Ou seja, de acordo com o profissional, as pesquisas manipuladas sempre registram um número grande de questionários, coletam a mais e descartam os suficientes para subir o candidato no limite da margem, tirando dos concorrentes também dentro da margem e conforme desejam.
“Este é um jeito ‘gourmet’ de manipular e ainda ficar dentro da margem de erro das pesquisas, para sempre dizer que não estava errado. Assim, se um candidato está em quarto lugar com 11% numa pesquisa com margem de erro de mais ou menos 3 pontos percentuais, eles podem levar ele até 14% e tirar esses 3 pontos percentuais do terceiro lugar verdadeiro, por exemplo”, explica.
Ainda segundo detalha o especialista, a tática torna possível alterar a ordem das posições e isto teria forte impacto psicológico. “Isso ajuda muito, porque estimula a militância, os apoiadores, atrai mais ajuda financeira, apoio político”, revela.
Somando a ‘facilidade’ para espalhar informações falsas por mecanismos como as redes sociais e aplicativos de mensagens, o cenário nas eleições de 2022 é preocupante, avaliam assessores jurídicos que atuam em órgãos responsáveis por preservar o cumprimento da lei.
Como denunciar crime eleitoral pelo celular?
Em Mato Grosso do Sul, os eleitores podem acionar os órgãos responsáveis pela fiscalização das eleições diretamente pelo celular: confirma um guia bem prático sobre como usar o aplicativo oficial da Justiça Eleitoral para fazer denúncias na campanha de 2022.
As denúncias também podem incluir suspeitas de irregularidade na realização das pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul.
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