O presidente da Câmara de Vereadores de Campo Grande, Carlão (PSDB), admitiu, nesta terça-feira (7), que irá convocar o suplente do vereador Claudinho Serra (PSDB), que está de atestado médico por 30 dias após permanecer 23 dias na cadeia. Ele foi alvo da Operação Tromper e é réu por suspeita de participação em esquema de corrupção.

A confirmação do presidente da Câmara de que o suplente de Serra será convocado vai na contramão de declarações recentes de Carlão de que o regimento interno da Casa de Leis não obrigava convocação de suplente para a cadeira vaga de Claudinho Serra.

Em entrevista ao Jornal Midiamax nesta terça, Carlão afirmou que aguarda resposta do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) com a informação de quem é o suplente de Claudinho, para aí então convocá-lo para tomar posse pelo período que se estender o atestado médico do vereador do PSDB.

“Estou aguardando a resposta do TRE para saber quem é o suplente. Assim que o tribunal responder eu vou acionar para assumir durante o período que o Claudinho estiver afastado com o atestado. Não falei com o Claudinho ainda, mas vou chamar nem que seja para uma semana ou até dias. Só estou aguardando a resposta do TRE”, disse Carlão.

Suplente de Claudinho Serra

A consulta da Câmara ao TRE-MS sobre quem é o suplente de Claudinho foi feita em 23 de abril, quando o vereador ainda estava na cadeia. Segundo a Casa de Leis, até o momento não houve retorno do tribunal eleitoral.

A indefinição sobre o nome do suplente acontece porque suplentes diretos à cadeira saíram do PSDB na janela partidária.

Atualmente, constam como suplentes de Claudinho Dr. Lívio, Junior Longo, Delegado Wellington, Dr. Antônio Cruz e a Enfermeira Cida Amaral.

Liberdade provisória e ‘abalo psicológico’

A Justiça concedeu, na sexta-feira (26), liberdade provisória ao vereador Claudinho Serra (PSDB), que estava preso desde 3 de abril. Ele agora é monitorado por tornozeleira eletrônica.

O parlamentar ficou preso por 23 dias, acusado de ser o mentor de suposto esquema de corrupção que desviava recursos da prefeitura de Sidrolândia, enquanto era o secretário municipal de Fazenda. A sogra dele é a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP).

Dias antes, em 19 de abril, o juiz de Sidrolândia aceitou a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e Claudinho Serra e outras 21 pessoas tornaram-se réus no processo que investiga as fraudes no Município.

Claudinho apresentou, no dia 30 de abril, um atestado médico para se afastar do trabalho por período de 30 dias. Assim, permanece afastado das funções após a especulação de que renunciaria ao cargo.

O atestado trouxe a justificativa de ‘abalo psicológico’ por parte do parlamentar, que ficou preso por 23 dias. Apesar disso, Carlão afirmou na semana passada que o vereador terá que retornar, mesmo que remotamente, passados os 30 dias do atestado.

Preso na Tromper

Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB) foi preso em 3 de abril após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper.

O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e genro da prefeita Vanda Camilo.

Ele foi um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

Foram cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.