Deputados do PT pedem apuração a Reinaldo sobre vídeos de conflitos em Amambai com indígenas

Os parlamentares cobram que seja apurado se há ou não mandado de reintegração de posse para a ação de desocupação

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(Éder F. Yanaguita – Ascom/Dep. Vander Loubet)

Os deputados estaduais do PT (Partido dos Trabalhadores) Pedro Kemp e Amarildo Cruz se reuniram na segunda-feira (27), junto com o deputado federal Vander Loubet, em audiência com o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), para pedir apuração sobre os vídeos que circulam nas redes sociais sobre o confronto da Polícia Militar com indígenas Guarani-Kaiowá.

De acordo com os parlamentares, a finalidade da reunião foi pedir ao líder do Executivo estadual apuração sobre a veracidade das imagens, onde supostamente um índio seria executado. De acordo com informações da polícia ao Jornal Midiamax, o indígena estaria vivo e preso.

Outro pedido é esclarecer se havia ou não mandado de reintegração de posse para a ação do Choque da Polícia Militar no local. Nesta terça-feira (28), os deputados estaduais vão apresentar um requerimento oficial ao Governo do Estado para que seja feita uma perícia do vídeo.

O governador afirmou que assim que receber o requerimento, a ser protocolado na Assembleia Legislativa, vai determinar a apuração da denúncia de execução.

Indígena morreu

“Se for confirmada a versão do vídeo, é algo gravíssimo, algo que a gente não pode permitir que aconteça por parte das nossas forças de segurança, que devem sempre agir dentro da legalidade”, pondera Vander Loubet. Na ocasião do conflito, o indígena Vitor Fernandes, de 42 anos, da etnia Guarani Kaiowá, morreu.

O deputado destaca ainda que estará em Brasília, onde vai acionar as instituições envolvidas com a questão indígena para cobrar a apuração dos fatos em âmbito federal.

“Independente do resultado da apuração feita pelo governo estadual, temos que exigir da União providências para que episódios como esse de Amambai não se repitam. Precisamos estancar esse processo de violência e agressão contra os povos indígenas de Mato Grosso do Sul e de todo o Brasil”, conclui Vander.

Tragédia anunciada

Desde o dia 19 de junho, a aldeia indígena de Amambai, cidade a 352 quilômetros de Campo Grande, pedia apoio para providências na área de retomada, por questões de conflitos internos. Os problemas antecederam a invasão a uma propriedade rural no dia 23 deste mês e conflito com policiais militares, que resultou na morte do indígena. 

Já no dia 23, marco das primeiras invasões na Fazenda Borda da Mata, ofício foi encaminhado para a Funai (Fundação Nacional do Índio), MPF (Ministério Público) e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). No pedido, foi reforçada a situação de conflito interno na aldeia.

Reações ao conflito

Após a morte, a Aty Guasu — Grande Assembleia dos povos Guarani e Kaiowá — publicou carta em que expressa revolta e indignação com a ação da Polícia Militar e do governo de Mato Grosso do Sul, que terminou com a morte de um indígena da etnia Guarani Kaiowá, no território Guapo’y, em Amambai, região sul de Mato Grosso do Sul. “Foram atacadas crianças, jovens, idosos, famílias que decidiram, depois de muito esperar sem alcançar seu direito, retomar um território que sempre foi deles e que foi roubado no passado de nosso povo”, destaca a carta da Aty Guasu.

Oficialmente, um boletim de ocorrência de homicídio decorrente da intervenção policial foi  registrado na Delegacia de Polícia Civil de Amambai, conforme relatado pelo prefeito Edinaldo Bandeira (PSDB).

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