Em agenda em para tentar se viabilizar candidato do PSDB à presidência em 2022, o governador de São Paulo João Dória () disparou contra Jair Bolsonaro e defendeu a chamada “terceira via” na disputa pelo Palácio do Planalto.

O tucano atendeu a imprensa em entrevista coletiva no início da noite de hoje (9), em um hotel de Campo Grande. Perguntado sobre as declarações de Bolsonaro contra o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luis Roberto Barroso, Dória manifestou repúdio.

“Eu repudio qualquer posicionamento semelhante a esse, não apenas contra o TSE como também na pessoa do ministro Luis Barroso. Bolsonaro mais uma vez mostra sua verve autoritária, seu negacionismo, seu autoritarismo e seu desprezo pela vida”, afirmou ao comentar falas do presidente da República, que chamou Barroso de “imbecil” e “idiota” após o magistrado se opor ao voto impresso.

“Este espírito autoritário do presidente Bolsonaro não tem amparo na população brasileira, no Supremo, no Congresso. Seria um retrocesso imaginar qualquer ato autoritário que viesse a impedir as eleições de 2022. Golpe é criticar e colocar dúvidas sobre as eleições eletrônicas”, reforçou o governador de São Paulo.

João Dória protagoniza disputa interna no PSDB com o também presidenciável Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. Além dele, correm por fora o senador pelo Ceará Tasso Jereissati e o ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio.

Dória disse apostar no PSDB como a terceira via em 2022, contra a polarização formada entre Bolsonaro e Lula, do PT. “Não na terceira via, mas na melhor via. O processo democratico é do diálogo. Tenho certeza que esse centro democrático do Brasil será capaz de dialogar com partidos mais à esquerda e mais à direita, mas deverá ter a dignidade de ficar longe dos extremos”, defendeu.

A reportagem do Midiamax se fez presente na coletiva, mas foi impedida de fazer perguntas.

PSDB em MS tem governador fragilizado e ‘racha' na corrida pela sucessão

Dória visita Mato Grosso do Sul em momento de fragilidade política do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), denunciado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa por, supostamente, ter recebido R$ 67,7 milhões em propina do grupo JBS.

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Reinaldo Azambuja ao lado de João Dória – Leonardo de França/Midiamax

Reinaldo tenta fazer do secretário de Estado de Infraestrutura (Seinfra) Eduardo Riedel seu sucessor no governo nas eleições de 2022, apesar do partido contar com quadros como a deputada federal . A parlamentar foi a candidata mais votada do Estado no pleito de 2018. Antes, foi ao segundo turno da corrida para prefeitura de Campo Grande em 2016.

Preterida, Rose já anunciou que não pretende entrar na disputa interna do PSDB pela candidatura ao governo no ano que vem. Ao contrário, a deputada cogita deixar a sigla. Ela não foi à recepção de João Dória hoje.

O governador de São Paulo volta a se reunir com correligionários tucanos amanhã (10), na sede do diretório estadual do PSDB.