Rose anuncia que não disputará indicação do PSDB com Riedel para campanha de 2022

Tucana com maior capital eleitoral, deputada diz que candidatura do partido ‘está acertada desde 2020’

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A deputada federal Rose Modesto (PSDB) confirmou ao Jornal Midiamax, nesta quarta-feira (7), que não pretende disputar pelo PSDB as eleições de 2022 ao governo de Mato Grosso do Sul. Com Eduardo Riedel em agendas pelo Estado ao lado do governador Reinaldo Azambuja e em reuniões com lideranças, como nesta manhã com o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Carlos Pignatari (PSDB), e o secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo, Cauê Macris, Rose disse saber que a definição já existe há muito tempo. 

“Riedel já foi confirmado pelo partido desde o ano passado, por isso nem cogitei colocar o nome”. Novamente, a deputada declarou que vai decidir em abril se deixa a sigla e aposta as fichas ao governo com o bom resultado nas urnas que tem em Campo Grande, maior colégio eleitoral do Estado, podendo se tornar concorrente dos tucanos. A parlamentar analisa convites. 

“Tem alguns partidos e vou tomar minha decisão com um pouco mais de tranquilidade. Quero entregar bem meu mandato de deputada federal, dar a melhor qualidade política e entender o cenário até lá”, resumiu. 

Na semana passada, o deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB), irmão da parlamentar federal, comentou sobre eventual mudança de sigla na família. “Vou pensar em eleições no ano que vem, mas pretendo disputar a reeleição. Se vou mudar de partido, só vou decidir no próximo ano, acho que não é momento para isso. Pensar em mudar [de partido], todos estão pensando, porque não tem mais coligação, não sou só eu. Os partidos têm procurado a gente para filiar, isso é normal”.

Visita a MS

O ninho tucano recebeu, nesta quarta-feira (7), o reforço do presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de Saõ Paulo), Carlos Pignatari, e do secretário de Estado da Casa Civil de São Paulo, Cauê Macris, que vieram ao Estado para ajudar nas articulações às eleições de 2022. No entanto, ambos evitaram citar o nome do indicado, Eduardo Riedel, que tem preferência do grupo na disputa. 

Isso porque é crescente a insatisfação da deputada federal Rose Modesto no partido, o que torna o lançamento do sucessor de Reinaldo à disputa eleitoral um assunto ainda mais sensível dentro da sigla. Apesar de percorrer o Estado em agendas, Riedel ainda não é o nome falado pelos tucanos. E essa parece ser uma questão conhecida pelos paulistas. 

“O Reinaldo vai lançar o sucessor dele em 2022”, limitou-se a comentar Pignatari. Questionado sobre quem seria, o presidente da Alesp teve a entrevista encerrada pela assessoria local do PSDB. 

O presidente da Assembleia Legislativa de MS, Paulo Corrêa, e o secretário da Casa Civil, Sérgio De Paula, acompanharam o evento, deixando ainda mais evidente a falta do convite à deputada, que mais tem votos pelo partido no maior colégio eleitoral do Estado, Campo Grande. 

Apoio de Aécio Neves

Se, em 2014, um grande banner indicava o apoio político de Aécio Neves ao então candidato Reinaldo Azambuja ao governo do Estado de Mato Grosso do Sul, em 2021 a realidade é bem diferente. Com ambos desgastados politicamente, envolvidos em escândalos de corrupção, como o líder do executivo estadual que responde a ações até no STJ (Superior Tribunal de Justiça) por lavagem de dinheiro e organização criminosa, o PSDB nem cogita trazer o correligionário para MS. 

Com todas as agendas fechadas, Carlos Pignatari falou com o Jornal Midiamax apenas na chegada à sede do PSDB, no final da manhã. Disse não acreditar, apesar das vindas de Aécio nas eleições passadas, que os escândalos esbarrem no tucano sul-mato-grossense. “De maneira alguma. Não vejo nada que aproxime [Aécio] do Azambuja”, declarou. 

Reinaldo e mais 23 pessoas foram denunciadas pelo MPF ao STJ com base nas investigações da Polícia Federal no bojo da Operação Vostok. O governador é apontado como chefe de uma organização criminosa e teria recebido R$ 67,7 milhões em propina do grupo JBS, entre 2014 e 2016, por meio de doações de campanha e emissão de notas fiscais falsas de venda de carne e gado – os “bois de papel”. Em troca, a JBS foi beneficiada com incentivos fiscais que desfalcaram os cofres do governo do Estado em R$ 209,7 milhões.

A investigação foi desencadeada pelas delações de executivos da JBS, principalmente dos irmãos Joesley e Wesley Batista. A denúncia pede a decretação da perda de cargo público dos envolvidos e a restituição dos valores.

O governador de Mato Grosso do Sul recorre ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar suspender a Ação Penal 980. Os advogados do tucano argumentam contra seu foro privilegiado, uma vez que os crimes implicados a Reinaldo teriam começado em 2014, quando ainda não era governador. Para sua defesa, Reinaldo deveria ser julgado pela Justiça Estadual, como se o foro iniciado em 2015 fosse interrompido após a reeleição de 2018.

Quem relata o habeas corpus no STF é o ministro Edson Fachin, que já negou o pedido em caráter liminar. Antes disso, a defesa do governador empilhou derrotas em recursos para tirar o processo das mãos de Fachin.

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