TRE-MS quer explicação sobre alunos da rede pública em propaganda para o Senado

O ex-secretário de Infraestrutura Marcelo Miglioli (PSDB) vai ter que explicar à Justiça Eleitoral o uso da imagem de alunos de uma escola da Rede Estadual de Ensino de Campo Grande em sua campanha ao Senado Federal. Marcelo é acusado de abuso de poder econômico e tem cinco dias para apresentar sua defesa, conforme determinação […]

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O ex-secretário de Infraestrutura Marcelo Miglioli (PSDB) vai ter que explicar à Justiça Eleitoral o uso da imagem de alunos de uma escola da Rede Estadual de Ensino de Campo Grande em sua campanha ao Senado Federal. Marcelo é acusado de abuso de poder econômico e tem cinco dias para apresentar sua defesa, conforme determinação do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral).

Narra a denúncia que, na tarde do dia 4 de setembro, o diretor de uma escola estadual da Capital teria recebido uma ligação da coordenadora de programas de apoio educacional, solicitando seis alunos que seriam levados a um colégio privado, parceiro do Governo Estadual para um evento “sobre a Educação”.

Ele, então, teria explicado que os alunos não poderiam ir de ônibus ao local, quando a servidora prontamente teria se oferecido a buscá-los e também levá-los de volta à escola. Diante disso, a diretora-adjunta da escola teria escolhido não seis, mas sete alunos.

O pai de um deles teria ficado indignado quando chegou para buscar a filha e não a encontrou. Retornando à escola estadual, a filha teria contado ao pai que na verdade o “compromisso” seria a filmagem de propaganda eleitoral de Miglioli. O pai, então, pediu que sua filha não aparecesse na filmagem, já que a equipe do ex-secretário, não teria autorização para isso.

Funcionários da escola estadual também não teriam conhecimento do ‘verdadeiro’ motivo da saída dos alunos, narrado por uma delas. O diretor, então, teria questionado a servidora que levou as crianças para a suposta gravação, e dito que para ser veiculada a propaganda, seria necessária autorização do uso de imagem, assinada pelos pais.

Só após o pedido do formulário de autorização, segundo a representação, é que a equipe de Miglioli teria enviado os papeis. Ainda conforme a representação, nem mesmo a coordenadora pedagógica citada tinha conhecimento das gravações. Dos sete alunos envolvidos, apenas três teria sido autorizados, posteriormente, pelos pais. Mesmo assim, a gravação teria sido veiculada, com participação de todos.

Alegando que Miglioli teria utilizado sua influência no governo estadual para “coagir funcionários públicos”, “sem autorização dos pais”, o MDB pede a cassação do registro de candidatura e eventual inelegibilidade do ex-secretário. Presidente em exercício, o desembargador Sérgio Martins concedeu prazo de cinco dias para Miglioli apresentar sua defesa.

A reportagem tentou ouvir o ex-secretário, por telefone,mas até a publicação deste material não obteve retorno.

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