Filho de ex-governador e pai foram presos nesta terça-feira

A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul) se posicionou nesta terça-feira (14) sobre a prisão do filho do ex-governador André Puccinelli (PMDB), André Puccinelli Jr, professor de Direito e advogado pela Ordem. 

Para a Ordem, é possível que Puccinelli Jr., investigado na Operação Papiros de Lama, seja punido caso ocorra violação ética no exercício da profissão. A afirmação é do vice-presidente da OAB/MS, Gervásio Alves de Oliveira Junior.

“O acompanhamento da OAB nesse processo vai nos dar material suficiente para analisar se nesse conjunto de fatos e provas, contra o advogado e demais, constitui violação ética passível de punição no âmbito do exercício profissional de advocacia”, disse Gervásio.

Puccinelli Jr e o pai foram presos na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal. A Operação Papiros de Lama investiga um esquema de lavagem de dinheiro que utilizava, entre outras empresas, a Instituto Ícone, do filho de Puccinelli. Ao todo, o esquema teria lavado R$ 235 milhões.

O Instituto era responsável pela elaboração de livros jurídicos que eram vendidos para instituições públicas num esquema de lavagem de dinheiro. Para a OAB/MS, entretanto, não há como intervir em sua profissão de professor de Direito e na venda dos livros.OAB-MS diz que pode punir Puccinelli Jr. por 'violação ética'

“A venda de livros e o magistério não constitui ação de intervenção da OAB, porque para ser professor não precisa de inscrição na Ordem”, declarou Gervásio via sua assessoria.

A OAB/MS afirma que mantém um grupo de trabalho que acompanha as investigações da Operação LAma Asfáltica, já que o processo tem entre os investigados personalidades jurídicas e públicas do Estado.

Papiros de Lama

A Operação deflagrada nesta manhã de terça-feira possui dois mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária, seis mandados de condução coercitiva, 24 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.

As medidas estão sendo cumpridas em Campo Grande/MS, Nioaque/MS, Aquidauana/MS e São Paulo/SP, com a participação de mais de 300 Policiais Federais, servidores da CGU e servidores da Receita Federal.

A Operação tem como objetivo desbaratar organização criminosa que desviou recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina e corrupção de agentes públicos.

Os recursos desviados passaram por processos elaborados de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro, segundo a Polícia.