Parlamento aprova impeachment de Park Geun-hye na Coreia do Sul

Foram 234 votos a favor e 56 contrários

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Foram 234 votos a favor e 56 contrários

O Parlamento da Coreia do Sul aprovou nessa sexta-feira o processo de impeachment da presidente Park Geun-hye, envolvida em escândalos de corrupção e tráfico de influência, suspendendo assim seus poderes.

Segundo o site O Globo, o impeachment foi aprovado por 234 votos a favor e 56 contrários. Logo após a votação, ela pediu desculpa ao país por “negligência” e disse esperar que a confusão em torno da crise política no país seja resolvida, acrescentando que ela se prepararia para uma revisão judicial do processo de afastamento.

A Corte Constitucional irá a partir de agora decidir se confirma o impeachment de Park ou se rejeita o pedido do Parlamento, controlado pela oposição. Durante o período de julgamento no tribunal, que pode levar até 180 dias, o primeiro-ministro do país, Hwang Kyo-ahn, assumirá o posto de Park.

A presidente, de 64 anos, pediu desculpas ao povo em uma reunião com seus ministros e os exortou a trabalhar com o premier para evitar qualquer vácuo nas questões de segurança nacional e da economia.

Filha do ditador militar Park Chung-hee, que liderou a Coreia do Sul por 18 anos depois de tomar o poder num golpe de 1961, a presidente é acusada de conluio com Choi Soon-sil, amiga próxima e ex-assessora, para pressionar grandes empresas a doarem às duas fundações criadas para apoiar as iniciativas políticas da mandatária. Park negou qualquer crime, mas pediu desculpas por “descuido nos laços de amizade” com Choi.

Ao longo das últimas semanas, multidões tomaram as ruas da capital sul-coreana, Seul, exigindo a renúncia imediata da presidente, ou o impeachment dela. Caso a Corte Constitucional confirme o afastamento de Park, ela se tornaria a primeira presidente sul-coreana democraticamente eleita a não cumprir um mandato de cinco anos. O ex-presidente Roh Moo-hyun foi afastado pelo Parlamento em 2004, mas o processo foi anulado pelo tribunal máximo do país, que disse que os motivos apresentados não eram suficientes.

Na última terça-feira, os presidentes dos maiores conglomerados empresariais da Coreia do Sul — incluindo Jay Y. Lee, do grupo Samsung — foram sabatinados numa audiência de 13 horas no Parlamento, e negaram que as doações a duas fundações de caridade apoiadas por Park, ambas no centro do escândalo, foram feitas em troca de receber favores do governo. Na quarta-feira, ex-sócios de Choi, a amiga da presidente, testemunharam diante da mesma comissão parlamentar. E afirmaram que ela era excepcionalmente próxima de Park e exerceu tráfico de influência.

“Estas questões domésticas poderiam trazer riscos adicionais para a economia, como travar o consumo e o investimento num momento em que muitas incertezas globais persistem”, afirmou, nesta semana, em comunicado, o Ministério da Economia sul-coreano. (Informações de O Globo)

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