A ação deflagrada pela Polícia Civil, na tarde de terça-feira (16), na região do Tiradentes, em Campo Grande, levou alívio aos moradores que aprovaram a ação no combate às ‘minicracolândias’. Mandados foram cumpridos na região e no Bairro Nhanhá.

Um dos moradores contou ao Jornal Midiamax que as ações estão mais constantes. Evandro dos Santos, 52 anos, é dono de uma lanchonete há três anos, e disse que na região tem muitos usuários de drogas. “Acho importante, a gente se sente mais seguro”, disse.

Ele falou que o barulho do helicóptero chamou atenção de todo mundo, e revelou que nunca teve problemas ou foi furtado no bairro. Evandro ainda falou que antigamente tinha até tiroteio no bairro e que o problema é que as pessoas do crime se renovam e que agora são adolescentes de 13 e 14 anos.

Mirian Rocha, 41 anos, auxiliar de limpeza, disse que mora há dois anos e que é a terceira vez que fica sabendo de operações na região. “Aqui já foi muito descuidado em relação à segurança, mas essas operações mostram que eles estão cuidando da população”.

Outra moradora falou do alívio que as operações trazem para a população. Stefany Novaes Sousa, de 24 anos, contou que tem medo de deixar a casa sozinha e ser roubada. Ela disse que tem que cuidar, já que a região tem muitos usuários de drogas, mas diz que se sente aliviada quando vê essas operações da polícia. “Essa varredura traz paz, alívio, mas tem que cuidar”, finalizou.

Já moradores da Nhanhá, que não quiseram se identificar, falam sobre os perigos do bairro. “Tinha tudo pra ser um ótimo bairro, perto do centro, perto do shopping”, disse a comerciante, que mora há 43 anos na região. Ela contou que já foi ameaçada, assim como outros familiares. 

“Teve gente que já veio armada com arma, com faca. Tem casa que colocaram grade no relógio de energia, o povo furta tudo, lâmpada da varanda do comércio, até molho de pimenta que colocam na mesa”, revelou.

Ela contou que viu os policiais e helicópteros, mas disse que a situação só deixa eles mais receosos. “Não resolve porque não leva todo mundo”, falou.

Um idoso de 73 anos reclamou que está vendendo a casa dele há dois anos, mas que não consegue comprador por causa da fama do bairro. O idoso mora em uma esquina e falou que todos os dias amanhecem de 15 a 20 usuários fumando e vendendo droga na frente da casa.

Operação

Com apoio do 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar) e da CGPA (Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo), a operação conta com auxílio de um helicóptero para sobrevoar as duas regiões. Os alvos são relacionados ao tráfico de drogas, comumente praticado em pequenas porções nos dois bairros.

Moradores do Bairro Tiradentes filmaram o helicóptero sobrevoando as residências. Os militares dão apoio às equipes que cumprem mandados nas ruas.

O Jornal Midiamax publicou uma série de reportagens sobre ‘minicracolândias’ em Campo Grande e a disseminação de bocas de fumo pelos bairros da cidade, assim como as implicações sociais que esse tipo de atividade criminosa causa. Leia as outras reportagens da série: 

“Narcotráfico doméstico avança e ‘minicracolândias’ se espalham por bairros de Campo Grande”.

‘Tem uma boca no meu bairro’: polícia dá dicas para quem desconfia de tráfico na vizinhança

Vidas entregues à droga: Mesmo com ajuda que chega, por que é tão difícil abandonar o vício?

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