“Era para assustar”, diz servente que matou homem após ser agredido em conveniência

O crime aconteceu em julho de 2022 em uma conveniência no bairro Parque do Lageado, em Campo Grande

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Julgamento aconteceu nesta quarta na 2ª Vara do Tribunal do Júri (Mirian Machado, Jornal Midiamax)

Walter Eduardo Ferreira, acusado de matar a tiros Edijalma Hércules dos Santos, está sendo julgado no Tribunal do Júri, em Campo Grande, nesta quarta-feira (22), pouco mais de um ano após o crime, que aconteceu em julho do ano passado no bairro Parque do Lageado, na Capital.

Segundo a denúncia, o crime teria sido cometido por vingança – motivo torpe – após ser agredido pela vítima e com recurso que dificultou a defesa da vítima, já que os disparos teriam sido feitos pelas costas. 

Walter chegou ao Tribunal com quase uma hora de atraso por uma confusão em relação à escolta. Em depoimento, ele disse que agiu em legítima defesa, já que havia sido agredido por Edijalma dias anteriores e também no dia do crime. “Foi para assustar, não para matar. Achei que ele estava armado e ia me matar”, disse ao juiz.

Segundo relato do réu, cerca de um mês antes do crime, Walter pegou o carro, um Fiat Uno, de um senhor emprestado e ao devolver foi constatado que havia acabado a gasolina. Os dois começaram a discutir, quando apareceu Edijalma e teria agredido o réu com socos e chutes. Edijalma, conforme o depoimento do réu, seria disciplina da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e tinha função de ‘cuidar e resolver’ situações no bairro.

Walter disse que foi embora, mas depois do ocorrido passou a ser ameaçado pela vítima frequentemente, que passava em frente a sua casa e lhe mostrava uma arma de fogo na cintura. 

A arma usada no crime e que foi apreendida, foi comprada três dias antes para defesa de Walter, segundo ele. 

Assassinato

Já no dia do crime, segundo Walter, ele foi até uma conveniência com a arma na cintura, e, logo em seguida, Edijalma chegou e disse: “Falei que não queria ver você por aqui, falei que ia te pegar”. Nesse momento, começaram as agressões e Walter caiu no chão. 

“Ele colocou a mão na cintura. Achei que ele estava armado e ia me matar, então atirei, não lembro se foram 3 ou quatro disparos. Quando vi ele correndo, joguei as balas no chão e fui embora para casa”, explicou.

Walter foi preso em flagrante em casa, junto da arma, um revólver.

Ao juiz e jurados, o réu disse que não tinha a intenção de matar. “Era só para assustar. Fechei o olho e atirei. Se eu quisesse, podia ter ido atrás dele ou ter invadido a casa dele para matar, mas não fiz”, afirmou.

Conteúdos relacionados

rapaz esfaqueado na orla
jovem pacote conteudo adulto
enfermeira denuncia paciente f