Empresário investigado por armas ilegais diz que ação policial foi ‘desnecessária e desproporcional’

Segundo advogados de defesa, sociedade com a loja foi desfeita no início do ano

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Policiais da Dracco, durante cumprimento de mandado (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Após a apreensão de 33 armas em loja de Dourados pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), o empresário investigado disse que ação da polícia foi ‘desnecessária e desproporcional’. A manifestação foi dada em nota divulgada por dois advogados de defesa.

Ele declarou que nunca foi chamado para prestar qualquer esclarecimento perante a autoridade policial. “Cumpre esclarecer que na residência foi apreendido somente um fuzil, adquirido em agosto de 2022, devidamente documentado, sendo inteiramente desconhecido o motivo de tal apreensão”.

Ainda segundo informações prestadas pelos advogados Jail Benitez de Azambuja e Sérgio Henrique Rezende Lanzone, o cliente não tem mais vínculo com a empresa onde aconteceram as apreensões desde o início deste ano.

A defesa do empresário também ressalta que ele atua no ramo da construção civil há 17 anos e que nunca teve ou praticou, enquanto esteve à frente da empresa investigada, qualquer irregularidade.

“(…) Quanto a pessoas inidôneas que tenham adquiridos armas, consigna que não possui relacionamento pessoal com tais pessoas suspeitas. Neste ponto, a regularidade da documentação de quem pretende adquirir a arma, é submetida a fiscalização rigorosa da Polícia Federal e do Exército, sendo atribuição da empresa apenas desencadear a aquisição e venda”, afirmam os advogados.

Entenda o caso

O Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) apreendeu 33 armas em uma loja que vendia armamento irregular em Dourados, na manhã desta terça-feira (25). O estabelecimento funciona na avenida Hayel Bon Faker.

Desde setembro do ano passado, alteração da norma de negociações de armas de fogo proibia a venda de fuzis, que é um armamento de alta potência. Entretanto, a loja alvo da operação manteve a comercialização de armas de calibre restrito.

A Polícia Civil verificou que os fuzis eram negociados por valores extremamente baixos, o que indica também sonegação fiscal. Segundo o Dracco, a situação se torna ainda mais sensível por se tratar de região de fronteira, que conta com a forte influência de facções criminosas nacionais e internacionais.

Clientela

O estabelecimento ainda facilitava o acesso do armamento a criminosos. No caso mais grave identificado pela polícia, foi constatado que um dos fuzis vendidos na loja foi negociado com um criminoso que contava com mandado de prisão em aberto com condenação a cumprir de 24 anos pelo crime de tráfico de drogas nacional e internacional.