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Polícia

Após morte de menina de 2 anos, comissão é criada para analisar casos de crianças vítimas

A sindicância na Sesau apura se houve erro ou negligência no caso da menina
Thatiana Melo, Karina Campos -
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(Karina Campos, Midiamax)

Após o caso da menina de 2 anos, que morreu em Campo Grande, após ser espancada e estuprada pelo padrasto e mãe que estão presos, a prefeita da Capital, Adriane Lopes, disse na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), nesta sexta-feira (3), em comemoração ao aniversário da Casa da Mulher, que uma comissão foi criada para tratar casos da infância e adolescente.

De acordo com a prefeita, o conselho foi instaurado nessa quinta-feira (2) após vários casos serem revelados onde crianças são as vítimas. Ainda de acordo com Adriane, está sendo avaliado a implementação de uma unidade 24 horas de políticas públicas junto ao Conselho Tutelar para atender os casos, que envolvam crianças e adolescentes sem especificar que tipo de unidade seria. 

A prefeita ainda disse que sindicância na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) deve apurar se houve erro ou negligência no caso do atendimento à menina, que teve 30 anotações médicas.  

Laudo morte menina de 2 anos

Segundo o resultado do laudo, a menina sofreu traumatismo raquimedular na coluna cervical e foi constatada violência sexual antiga na menina. O inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário, nesta sexta-feira (3).

A prisão preventiva do casal foi decretada no dia 28 de janeiro, e em sua decisão o juiz relatou que os autores teriam tentado alterar as provas do crime. “A prisão preventiva se justifica, ainda, para preservar a prova processual, garantindo sua regular aquisição, conservação e veracidade, imune a qualquer ingerência nefasta do agente. Destaca-se que, conforme noticiado nos autos, a criança somente foi levada para o Pronto Socorro após o período de 4 horas de seu óbito, o que evidencia que os custodiados tentaram alterar os objetos de prova.”

O juiz ainda citou que caso o casal fosse solto, haveria a possibilidade de tentativa de alteração de provas “para dificultar ou desfigurar demais provas”. O casal foi levado para unidades penitenciárias, sendo a mulher para o interior do Estado e o padrasto da menina para a Gameleira de Segurança Máxima. 

A penitenciária para onde a mãe da menina foi transferida não foi informada por questões de segurança.

A menina passou por vários atendimentos em unidades de saúde, entre eles febres, vômitos, queimaduras e tíbia quebrada. Em menos de 3 meses, a criança foi atendida diversas vezes sem que nenhum relatório fosse repassado sobre os atendimentos a menina.

Menina teve 30 atendimentos médicos

A criança já tinha em seu histórico médico o registro de 30 atendimentos feitos e, em um deles, a menina havia fraturado a tíbia. 

O pai da criança relatou que já tinha registrado dois boletins de ocorrência contra a mãe da menina por maus-tratos. Os registros dos boletins de ocorrência foram no dia 31 de dezembro de 2021 e 22 de novembro de 2022, na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Em depoimento, a mulher disse que tinha medo de denunciar o atual companheiro. Ela ainda alegou que percebia sinais de abuso na criança quando ela voltava da casa do pai, de quem está separada, mas não relatou ter feito denúncia.

Série de abusos e agressões foram reveladas na noite de quinta-feira (26), após a menina de dois anos dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino já sem vida. Assim, mãe e padrasto da criança foram presos.

Para a polícia, a mulher disse que a filha começou a passar mal na noite de quarta-feira (25), com dores no estômago e vômito. No entanto, deu remédio para a criança, que teria melhorado.

Já na quinta-feira, a menina acordou pedindo comida, mas acabou vomitando e relatou novas dores no estômago. Então, à tarde a menina dormiu, acordando pior já por volta das 15h30.

Ainda segundo a mãe, a barriga da criança inchou e ficou dura, quando decidiu levar a filha ao médico. Assim, a mulher alega que a menina começou a ter dificuldades para respirar.

Apesar do trajeto entre a casa e o posto de saúde durar 10 minutos, a médica que atendeu a criança confirmou que a menina já estava morta há pelo menos quatro horas.

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