Preso em operação da PF, piloto que usava veículos do Exército para fraude é solto
Caminhonete avaliada em R$ 179 mil apreendida pela polícia seria de Júnior Victorette
Arquivo –
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Foi solto o piloto, Manoel Júnior Victorette do Vale de Almeida, que havia sido preso no dia 24 de fevereiro em uma operação da Polícia Federal, Fiat Lux que investigou fraudes feitas usando veículos do Exército para financiamentos fantasmas.
O piloto e sua mãe Dilcéia Victorette do Vale foram colocados em liberdade, na segunda-feira (28). Ele havia sido transferido para o presídio de Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande. A transferência havia sido assinada pelo juiz da 10ª Vara Federal, Vallisney de Souza Oliveira.
Em Campo Grande, foram apreendidas uma camionete L200 Triton 2017/2018 avaliada em R$ 179 mil, que seria do piloto. A camionete seria de Itaquaquecetuba, em São Paulo. Também foram apreendidas uma BMW 32I 2020, avaliada em R$ 218 mil com placas de Mogi das Cruzes, em São Paulo, e uma Land Rover 2022, avaliada em R$ 539 mil, com placas de Campo Grande.
Os carros foram apreendidos no condomínio de luxo Dhama III. Duas viaturas da PF e uma da PRF estavam no condomínio. Foram cumpridos, ao todo, 88 mandados de busca e apreensão e de prisão.
Descoberta do esquema
Após os vários indícios de que fraudes estavam sendo cometidas, a PRF acionou a Polícia Federal e, em 2020, teve início a investigação que descobriu que veículos operacionais do Exército, que não são emplacados, permitiam que a quadrilha fizesse a fraude ‘esquentando’ carros roubados ou furtados e também com a criação de veículos de ‘papel’.
Servidores do Detran de alguns estados faziam a inserção da alteração no sistema, com a brecha dos veículos operacionais do Exército. Em alguns casos, ciclomotores viravam Camaros e até Land Rovers. Com veículos de papel criados, era possível pela quadrilha fazer financiamentos fraudulentos.
A fraude começava quando o servidor usava o pré-cadastro do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) para carros que ainda passariam pelo emplacamento para ‘esquentar’ ou criar carros de ‘papel’.
Durante a operação desta quinta (24), foram apreendidos em espécie cerca de R$ 500 mil em vários locais, que não foram divulgados em coletiva de imprensa, em São Paulo.
Operação
A operação aconteceu em 11 estados: São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Ceará, Paraná, Pernambuco e Maranhão. Foram descobertas cerca de 10 mil adulterações em veículos. Desse total, mais de 3.300 fraudes ocorreram em viaturas do Exército Brasileiro.
Foi determinado o afastamento das funções de 95 servidores do Detran, sendo que 85 são servidores do Detran-São Paulo; 7 do Detran-Tocantis; e 3 do Detran-Minas Gerais. Cerca de 20 despachantes também foram afastados de suas funções no estado de São Paulo. As investigações começaram no fim de 2020 e tiveram origem após ter sido detectada a clonagem de veículos do Exército.
Os números dos chassis eram utilizados ilegalmente, com o objetivo de obter documentos legítimos, para tentar legalizar veículos oriundos de roubo ou furto. A investigação apontou que as clonagens dos chassis do Exército só foram possíveis porque contaram com a participação de servidores do Detran e de despachantes.
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