A Operação Sistema, de combate à organização criminosa especializada no tráfico interestadual de cocaína, cumpriu 9 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (4). Destes, quatro foram cumpridos em , resultando em uma prisão em pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).

Conforme a Polícia Civil do , a operação é realizada com apoio do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), fruto de investigações que duraram três anos, pela Coordenação de Repressão à Drogas. Foi identificada a organização criminosa sediada no Distrito Federal, especializada no tráfico de cocaína.

Foram cumpridos 14 mandados de prisão temporária contra líderes, integrantes e uma conselheira tutelar, além de 60 mandados de busca e apreensão nos estados de (1); (3); Mato Grosso do Sul (9) e no Distrito Federal (47). Os agentes ainda cumprem 35 mandados de sequestro judicial de bens móveis — jet-skis, veículos e cinco imóveis, além do bloqueio de 21 contas bancárias.

A investigação identificou movimentações financeiras realizadas por funcionários de uma oficina de lanternagem, de propriedade do líder do grupo criminoso, para contas de empresas e de pessoas físicas em áreas de fronteira com a Bolívia. Parte dos investigados eram de Mirassol do Oeste (MT) e responsáveis pela logística do tráfico.

Nesta manhã, veículos de passeio, armas longas, pistolas, coletes balísticos, munições, dois Porsches e R$ 100 mil em espécie foram apreendidos nas casas dos alvos.

Grupo dividido em núcleos

As investigações apontaram que a organização criminosa era dividida em dois núcleos, que exerciam a liderança das ações e o planejamento do transporte de carregamentos de cocaína. O primeiro núcleo era sediado na Vila Telebrasília e o outro, em Samambaia, comandado pelos ‘Irmãos do Pó'.

“O lucro principal ficava com os líderes, que direcionavam grande parte dos ganhos com o tráfico de drogas à aquisição de imóveis, assim como injetando-os em estabelecimentos comerciais por eles titularizados. Trata-se de clássica e mafiosa estratégia de lavagem de dinheiro que visa confundir e dificultar o trabalho das autoridades que os fiscalizam”, explica o delegado Paulo Francisco Pereira, chefe da Divisão de Repressão às Drogas III da Cord.

R$ 10 milhões em cocaína

“Desde o início das investigações, foram movimentados de forma geral, cerca de 10 milhões pelos investigados do Distrito Federal”, afirma o delegado. Ainda foi apurado que o líder da organização criminosa que atuava na Vila Telebrasília, agiu algumas vezes como ‘provedor' do bairro, realizando ações sociais como forma de angariar apoio da comunidade.

Há registros de que o acusado patrocinou a festa do Dia das Crianças e distribuiu chocolates na Páscoa. Além disso, conforme a Polícia Civil, há fortes evidências de que o tráfico de drogas potencializou a eleição de uma conselheira tutelar, à época esposa do líder do grupo criminoso, transportando eleitores, além de utilizar do prestígio local do líder da organização criminosa.  

Os líderes e diversos integrantes foram indiciados por integrar organização criminosa, tráfico de drogas interestadual e lavagem de dinheiro majorada.