Mercedes foi presente de pai de colombiano e defesa entra com pedido de redução de fiança

Decisão deve sair até a próxima quarta-feira (9)

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A defesa do colombiano Carlos Hugo Naranjo, de 32 anos, entrou na tarde de sexta-feira (4) com pedido de redução da fiança arbitrada pela Justiça no valor de R$ 50 mil, alegando que ele não tem condições financeiras de pagar e que a Mercedes teria sido comprada com dinheiro dado de presente pelo pai.

Segundo a advogada Valda Nóbrega, quando saiu da Colômbia há cinco anos, Carlos recebeu de presente de seu pai dinheiro para comprar uma casa e um carro e se estabelecer no Brasil, tendo ele optado por comprar a Mercedes no valor de R$ 74 mil e um apartamento de menor valor. 

Ainda segundo a defesa, Carlos é vendedor de tênis e roupas e tem lucros de R$ 3.500 por mês não tendo como pagar os R$ 50 mil. A família chegou a fazer uma vaquinha, mas não conseguiu levantar o dinheiro e Carlos foi levado para o presídio da Gameleira II. Se a defesa conseguir a penhora ou a redução de 30%, Carlos deverá usar tornozeleira eletrônica e também entregar o passaporte.

O advogado Renan Nóbrega, que também atua na defesa de Carlos, disse que o visto do colombiano não estaria vencido e que só teve acesso na manhã de quinta-feira (3), já que todos os documentos estavam com a esposa. Nóbrega ainda afirmou que o visto de Carlos está com validade até setembro de 2023.

O MPMS (Ministério Público Estadual) pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva. Nos documentos juntados e apresentados pela acusação, estava o visto com validade vencida em 2021. O pedido do MP alega o risco de Carlos fugir, pela conduta do autuado, que negou socorro às vítimas quando poderia fazê-lo, indicando que, em liberdade, ele poderá colocar em risco a ordem pública.

Ainda segundo o Ministério Público: “O excesso de velocidade em que trafegava na área urbana, como pode ser observado dos depoimentos colhidos, evidencia que o autuado não tem preocupação com a vida alheia. Da mesma forma, não há garantias de que, em liberdade, o autuado não vá fugir à aplicação da lei penal, como bem tentou na ocasião do delito ao se evadir do local.”

Ainda foi relatado que Carlos estava com visto de permanência no país vencido, o que pode ocasionar uma possível fuga dele como fez no dia do acidente em que não prestou socorro às vítimas, o que foi negado pela defesa. Na noite de terça-feira (1º), a defesa pediu pela liberdade provisória alegando filho pequeno e que Carlos tem bons antecedentes criminais, nunca se envolvendo em acidente.

Semáforos desligados

Uma testemunha que presenciou o acidente no dia 28 de fevereiro, que matou Matheus Frota, de 27 anos, no cruzamento da rua Guia Lopes com a Avenida Salgado Filho, negou que os semáforos estavam com defeitos no momento da colisão. A defesa de Carlos afirma que o semáforo estava desligado.

Para o Jornal Midiamax, o homem disse que estava em uma motocicleta levando sua esposa para o trabalho e trafegava na rua Guia Lopes, mesma direção que seguia a Mercedes conduzida por Carlos Hugo.

“Quando passei o semáforo estava verde para mim e os carros da Salgado Filho estavam parados”, disse a testemunha que ainda relatou que algum tempo depois ouviu barulhos e a batida forte e ao olhar pelo retrovisor já viu a Mercedes vindo na mesma direção em zigue-zague e em alta velocidade.

Ainda segundo o homem, ele quase foi atropelado pelo colombiano e poderia ter sido atingido caso não tivesse jogado a sua motocicleta para o meio-fio. “Ele foi em direção ao Aero Rancho correndo e passando em todos os sinais vermelhos”, falou o homem.

A defesa de Carlos disse, na manhã de sexta-feira (4), que os semáforos estavam desligados quando aconteceu a colisão mesmo Carlos dizendo, no dia de sua prisão, que acelerou no amarelo para dar tempo de passar antes do semáforo ficar vermelho. A Mercedes estaria a quase 100 km/h. O colombiano ainda havia revelado que não se lembrava do acidente, apenas, que havia batido em algo.

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