Julgamento de membros do PCC acusados de decapitarem ‘Alemãozinho’ é adiado

Dupla é acusada de participar de tribunal do crime

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Julgamento aconteceria nesta quarta
Julgamento aconteceria nesta quarta

Após os interrogatórios dos réus Rafael Aquino, o ‘Enigma’, Adson Vitor, o ‘Ladrão de Almas’, na manhã desta quarta-feira (9), foi definido adiamento do júri popular. Os réus são acusados de integrarem o PCC (Primeiro Comando Capital), bem como do homicídio de Sandro Lucas, o ‘Alemãozinho’.

O pedido de adiamento do júri foi feito pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), alegando questão de ordem sustentada pelo defensor público. No interrogatório de Adson, o defensor alegou que não deveria ser utilizado o depoimento de Eder de Barros Vieira, o ‘Mistério’ do PCC, nas perguntas do réu.

Além disso, o depoimento também não deveria fazer parte da pronúncia, já que foi retirado dos autos a pedido da promotoria, quando ofereceu a denúncia. Para evitar futuras nulidades, o MP ainda requereu que o julgamento de Eder, que está em processo desmembrado, seja separado dos outros acusados.

Assim, foi corrigido conteúdo da pronúncia sobre o depoimento de Eder e definido pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, nova data para o julgamento. Os réus voltam ao plenário no dia 13 de abril e, neste período, aguardam presos. Os interrogatórios já feitos foram deletados, para não influenciarem no próximo júri.

Desaparecimento e morte

Sandro Lucas de Oliveira, de 24 anos, que desapareceu em dezembro de 2019 foi decapitado por Sidney de Jesus Rerostuk, de 27 anos, preso por equipes da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). O ‘Missionário’, como era conhecido dentro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), foi encontrado em sua casa no Jardim Bálsamo.

O assassinato de Sandro teria sido ordenado pelo PCC porque o rapaz era da facção rival CV (Comando Vermelho). A vítima foi decapitada e os restos mortais encontrados em uma chácara, no bairro Chácara dos Poderes. A indicação do local onde estava o corpo foi feita por Sidney.

Sidney estava na companhia da esposa quando foi preso em sua casa. Na residência, os policiais encontraram dentro de uma caixa porções de cocaína. A mulher de Sidney contou que o marido é faccionado há 9 anos e que dentro do PCC tem o cargo de missionário, o responsável por ‘finalizar a vítima’. O membro da facção estava em liberdade condicional e tinha passagens por roubo, tráfico de drogas, receptação e homicídio.

Em junho de 2020, a polícia havia feito uma operação que capturou oito suspeitos do envolvimento com o desaparecimento de Sandro, em Campo Grande, ocorrido em dezembro de 2019. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão domiciliar, quatro mandados de prisão temporária e um mandado de busca e apreensão de adolescente.

Durante os trabalhos, outras três pessoas que não eram alvos imediatos foram presas em flagrante por tráfico de drogas, sendo que, dessas, duas eram foragidas do sistema penitenciário. Com eles foi encontrada droga destinada à comercialização e petrechos para preparação do entorpecente.

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