Família quer que motorista que atropelou e matou José Victor responda por homicídio doloso

Amigos e familiares fazem campanha por justiça nas redes sociais

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José Victor morreu vítima do atropelamento – Reprodução/Facebook

Desde que o motorista de 28 anos que atropelou e matou José Victor Quadros, de 21 anos, foi solto com pagamento de fiança, familiares e amigos fazem campanha por justiça nas redes sociais. O acidente aconteceu na saída de uma festa à fantasia em São Gabriel do Oeste, a 133 quilômetros de Campo Grande, no último domingo (4).

Na publicação divulgada nas redes sociais, é esclarecido que o motorista foi autuado pelo homicídio culposo na direção de veículo automotor, ou seja, aquele em que não há intenção. No entanto, o pedido é para que ele responda pelo dolo eventual, por ter assumido risco de matar ao dirigir embriagado.

Também é feito pedido para que testemunhas que presenciaram o ocorrido procurem a polícia para prestarem depoimento. “Pensem no pai e na mãe, em nós irmãs. Estamos sofrendo muito com tudo que aconteceu. Não podemos deixar assim, se ficar impune amanhã ele pode fazer outra vítima! Podendo ser você ou um ente querido como aconteceu conosco”, diz a publicação.

Nas redes sociais, as publicações são feitas com a hashtag #JustiçaporVitão. “Me pergunto se esse ser tem consciência do estrago que ele fez? Nós família do José Victor queremos que a justiça faça valer e que esse ser seja punido”, disse a mãe da vítima em publicação.

Família pede justiça por José Victor
Reprodução/Facebook

Ao Jornal Midiamax, a resposta dada pela Polícia Civil é de que as investigações estão em andamento e a embriaguez qualifica os crimes de homicídio e lesão – já que outras duas vítimas ficaram feridas – do CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

Além disso, mesmo que delegado tenha indiciado o motorista por homicídio culposo e lesão corporal culposa, ambos qualificados pela embriaguez, quem decidirá em quais crimes o autor responderá será o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Apesar disso, a reportagem conversou com pessoas ligadas à Segurança Pública e o entendimento é de que o não indiciamento pelo homicídio com dolo eventual pode enfraquecer a denúncia, já que a defesa do motorista pode alegar que não houve essa tipificação do crime.

O caso ainda não foi encaminhado ao Judiciário e o motorista foi solto após o juiz Rafael Gustavo Mateucci Cassia, da XV Região, arbitrar fiança de 10 salários mínimos. O alvará de soltura foi concedido no dia seguinte ao crime, na tarde de segunda-feira (5).

Atropelou e matou José Victor

Testemunhas relataram que o motorista do Mini Cooper teria tentado ultrapassar a fila de carros, na saída da festa, pelo acostamento, quando atropelou José, o rapaz de 27 anos e uma jovem de 22 anos. Já o motorista alegou na delegacia que foi fechado e, por isso, precisou ‘jogar’ o carro para o acostamento.

Após o acidente, ele ainda alegou que tentou socorrer as vítimas, mas foi agredido e chegou até a perder a consciência. Testemunhas confirmaram que houve uma tentativa de linchar o rapaz, que acabou preso em flagrante pela Polícia Militar.

O teste de bafômetro constatou 0,52 mg/l e o suspeito foi levado para a delegacia. Já o rapaz de 27 anos e a jovem de 22 anos foram socorridos e encaminhados ao hospital. O primeiro foi transferido para Campo Grande, onde chegou a ficar em coma, na Santa Casa. Agora, já está consciente e orientado, mas segue internado.

A jovem sofreu ferimentos mais leves e permaneceu internada em São Gabriel do Oeste.

Casos de mortes no trânsito tratados como homicídio doloso

Em abril deste ano, motorista de 36 anos foi autuado em flagrante por homicídio doloso, pelo acidente que vitimou a jovem Roberta da Costa Coelho, de 25 anos. Ele dirigia alcoolizado, segundo testemunhas, em alta velocidade e tirava um ‘racha’ na Avenida Júlio de Castilho.

O carro acabou invadindo a calçada e colidindo contra um poste, resultando na morte da jovem. Os outros ocupantes do carro ainda sofreram ferimentos e foram levados para unidades de saúde. O motorista chegou a ficar em estado grave, na Santa Casa, e se tornou réu pelo homicídio com dolo eventual.

Outro caso em que o motorista responde por dolo eventual é o do acidente que resultou na morte de Mariana Vitória Lima, de 19 anos. O namorado, Rafael Carrelo, dirigia o carro embriagado, em alta velocidade e com a jovem no capô do veículo. Ele acabou perdendo o controle do carro e colidindo contra um cercado na Avenida Arquiteto Rubens Gil de Camilo.

A defesa ainda tentou recurso, mas foi mantida a pronúncia pelo homicídio doloso, garantindo que o réu deve ser julgado pelo júri popular.

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