Mato Grosso do Sul não tem as chamadas ‘celas especiais’, mas conta com celas separadas para políticos, servidores ou ex-servidores da segurança pública e também advogados. Além disso, há uma separação dentro das unidades prisionais, dependendo do crime cometido ou da facção a que o detento pertence.

Conforme dados da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), existem nos presídios de Mato Grosso do Sul as celas de convívio normal, em que se prioriza a separação dos presos, além das celas disciplinares. Nestas, os detentos permanecem por alguns períodos após cometerem faltas, em uma espécie de isolamento preventivo.

Por vezes, esse isolamento é feito por falta de convívio em todos os pavilhões da unidade penal, até que ocorra a transferência para uma outra unidade prisional. Em Mato Grosso do Sul, com a predominância do PCC (Primeiro Comando da Capital) como facção criminosa, o que se sabe é que em alguns presídios a organização criminosa é dominante.

Mesmo assim, nas unidades prisionais os presos são separados conforme as facções, para evitar os conflitos dentro dos presídios. Recentemente, o Jornal Midiamax noticiou a prisão de um policial penal que atuava no Presídio de Segurança Máxima da Gameleira e, assim, ajudava detentos do PCC em um plano de assassinato de outros agentes.

Presos separados por profissão ou crimes

Os presos que cometeram crimes sexuais, como estupro ou outros de violência doméstica grave, acabam sendo separados de cela ou pavilhão, para evitar que possam sofrer represálias. É o que acontece no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), onde estão os presos por crimes sexuais.

Já os servidores ou ex-servidores de segurança pública, como policiais civis, guardas municipais e policiais penais, são separados em celas próprias. As celas são semelhantes às outras, mas comportam apenas os detentos ‘semelhantes’. Atualmente, são alojados no Centro de Triagem Anísio, em Campo Grande, nas celas 16 e 17.

Quem atualmente cumpre pena na cela 17 é o delegado Fernando Araújo da Cruz Junior, condenado pelo assassinato de um boliviano. Também está no Centro de Triagem o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, condenado por homicídio. Outro que já esteve preso no Centro de Triagem foi Edson Giroto.

Também no IPCG, quem cumpre pena é o chamado ‘Maníaco da Cruz’, Dyonathan Celestrino, de 29 anos. Ele não tem previsão para deixar o presídio. Isso, porque a unidade prisional tem a ala de saúde e o preso ainda é considerado inapto a voltar ao convívio social.

Policiais e advogados ficam em presídio diferente

Em Campo Grande, existe o Presídio Militar, onde estão presos policiais militares e também advogados. Estes ficam detidos nas celas de Estado-Maior. Atualmente, o advogado Bruno Ghizzi, alvo de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) está detido em uma destas celas.

Já entre os policiais militares que cumprem pena no Presídio Militar está Aguinaldo Medina, recentemente condenado por permitir a entrada de drogas no Presídio de Segurança Máxima enquanto trabalhava na muralha.