PM que deixava droga entrar na Máxima é condenado e deve ser excluído da corporação
Militar trabalhava nas torres do presídio e facilitava a entrada de droga
Renata Portela –
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Nesta terça-feira (20), o policial militar Aguinaldo Medina foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva e associação para o tráfico de drogas. Ele também foi condenado à pena acessória de exclusão das fileiras da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).
O julgamento aconteceu nesta terça, por meio do Conselho Permanente de Justiça PM e presidido pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar. A sentença foi de 13 anos e quatro meses de reclusão, mais o pagamento de 950 dias-multa, sendo o início da pena em regime fechado.
Também foi aplicada a pena acessória de exclusão dos quadros da PMMS, por maioria de votos.
Recebeu R$ 22 mil no Pix
A denúncia oferecida pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) mostra que o esquema montado por Medina foi descoberto após a prisão de Gleisson Rogers Araújo da Silveira, em janeiro, por um homicídio cometido dias antes. Na prisão, os policiais militares encontraram porções de maconha enroladas como bolas.
Gleisson confessou que a droga seria arremessada para dentro da Máxima. Para isso, havia uma espécie de acerto com os policiais que trabalhavam nas muralhas, para que fizessem vista grossa. No dia 6 de janeiro, ele já teria pago R$ 1 mil para Medina, por meio de Pix.
Os militares levaram os fatos ao conhecimento da Seção de Investigação e Inteligência da Corregedoria. Assim, foi identificado que Medina trabalhava no Batalhão de Guarda e Escolta, confirmando as informações de Gleisson.
Foi solicitada judicialmente a quebra do sigilo bancário do sargento, sendo analisado o período entre 1º de dezembro de 2021 e 31 de janeiro de 2022. Ao todo, foram R$ 22.650,55 recebidos só neste período, por pessoas ligadas ao sistema prisional de Campo Grande.
Detalhado pelo MPMS, constam depósitos feitos por uma só pessoa, de R$ 800 e R$ 400 no dia 1º de dezembro de 2021. No dia seguinte, Pix de R$ 1 mil. Já no dia 6 daquele mês foram depósitos de R$ 700 e R$ 500,55. No dia 14, dois Pix de R$ 1 mil e um de R$ 500. Em 6 de janeiro, mais um Pix de R$ 6 mil.
No entanto, ainda havia várias outras transferências, feitas por outras pessoas ligadas a detentos. Na véspera de Natal, em 24 de dezembro, Medina recebeu na conta bancária R$ 3 mil de uma mulher, ligada a Gleisson. A denúncia aponta várias transferências, que totalizaram os mais de R$ 22 mil.
PM foi preso por deixar droga entrar na Máxima
Ainda é esclarecido que todos os valores recebidos pelo réu, por Pix, foram em datas em que ele cumpria escala de serviço ou que saía do plantão. O MPMS entende que o sargento Medina atuou em coautoria com os traficantes, para que estes arremessassem as drogas para dentro do presídio, recebendo propina para não cumprir sua obrigação de prendê-los.
Por isso, ele foi denunciado pelos crimes de corrupção ativa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. A denúncia foi feita em 20 de abril deste ano, recebida em 26 de abril pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar.
Os presos envolvidos no esquema de tráfico negaram, em depoimento à Corregedoria da PMMS, que tinham conhecimento das transferências bancárias. Audiência sobre o caso foi agendada para o dia 1º de junho.
O sargento foi preso pela Corregedoria quando saía do trabalho e segue detido no Presídio Militar. Na ocasião, um cabo da PMMS acabou preso em flagrante por crime militar, já que não estava no local de trabalho, e responderá por abandonar o posto de serviço. Na ação da Corregedoria, foram apreendidos celulares e documentos.
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