Réu por matar jovem que ficou paraplégico diz ter sido acusado após ‘fofoca de vila’
Horas antes do júri, defesa tentou impedir que antecedentes do réu fossem usados em plenário
Arquivo –
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Danilo Alves Moreira, de 36 anos, é julgado nesta sexta-feira (12), em Campo Grande, acusado da morte de Jean Freiras Santos Moraes. A defesa tentou adiamento do júri popular duas vezes, chegou a faltar no plenário e o réu, que estava solto, acabou preso.
O crime ocorreu na madrugada do dia 13 de abril de 2016, quando Danilo atingiu Jean com um tiro. A vítima chegou a ficar paraplégica e morreu um ano, no dia 13 de maio de 2017, em decorrência do disparo de arma de fogo, porque teve uma infecção generalizada.
Na denúncia, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) alegou que o réu atirou contra a vítima por não ter encontrado seu verdadeiro desafeto no dia do crime, em um bar.
Por isso, a denúncia feita pelo MPMS é de homicídio qualificado por motivo fútil, e o promotor responsável entendeu que não há prova ou indícios de que Danilo surpreendeu Jean para afastar dele chances de se defender, concordando com a exclusão da qualificadora de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Antecedentes do réu
Na noite desta quinta-feira (11), a defesa ainda fez o pedido de que não fossem utilizados os antecedentes criminais do réu durante explanação em plenário. Contudo, o juiz Aluísio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, afirmou que o requerimento foi indeferido. Danilo tem passagens por disparo de arma de fogo, tentativa de homicídio, lesão corporal e violência doméstica.
Ele negou envolvimento no processo de tentativa de homicídio, que corre pela 1ª Vara do Tribunal do Júri. “Uma testemunha, que é irmã da vítima, declarou em audiência que não era eu o culpado e indicou quem era”, afirmou. Danilo também negou ter conhecimento das outras acusações, com exceção do histórico de violência doméstica contra sua ex-esposa, com quem foi casado durante 10 anos.
Tentativa de homicídio em 2015
Danilo Alves Moreira, de 36 anos, já havia sido preso por tentativa de homicídio em janeiro de 2015. Ele e seu irmão, Davison Alves Moreira, foram até a casa da vítima, um homem de 34 anos, onde ocorreu uma briga. Após xingamentos por parte da vítima, Danilo pegou um revólver Taurus e efetuou um disparo.
Em seguida, os irmãos fugiram em uma motocicleta Honda CG 125 vermelha. A vítima foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada para a Santa Casa em estado grave. Os dois foram localizados na casa da mãe, na Rua Domingos Gomes, no Bairro Universitário, o mesmo em que ocorreu o crime.
“Pessoal do bairro”
Durante o depoimento, Danilo afirmou nunca ter frequentado o bar no qual Jean foi morto, e indicou uma terceira pessoa como autora do crime. Identificado pelo réu apenas como “Murilo”, ele disse conhecer a vítima apenas “de vista”. “Eu soube da morte por comentários, nem sei o porquê fui acusado. Quem atirou no Jean foi o Murilo, do Aero Rancho, é sabido por todos da vila”, alegou.
Questionado pelo juiz o motivo de não ter indicado o nome do suposto autor em fases anteriores do processo, inclusive nas investigações, Danilo afirmou ter ficado com medo. “Ele é perigoso e temi pela minha vida. Me acusaram por fofoca, o senhor sabe como é vila. O pessoal falou que era eu e ele os autores”, disse o réu.
Durante as investigações, feitas pela 5ª Delegacia de Polícia Civil, Danilo não quis relatar sua versão sobre o crime e se manteve em silêncio. Ele disse que falaria apenas em juízo, reservando seus direitos constitucionais, mas afirmou já ter indicado o homem que acusa ser o autor, durante audiência.
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