Polícia Civil faz perícia em avião pilotado por suspeito de envolvimento com tráfico

Nesta terça-feira (16), a Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) fará perícia na aeronave Cessna Aircraft, prefixo PT-KRE, que fez pouso forçado na manhã de quarta-feira (10),  em área pertencente à Cooperativa Coamo, em Dourados, às margens na BR-163, a 225 quilômetros de Campo Grande. O objetivo é descobrir as causas do incidente. […]

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Nesta terça-feira (16), a Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) fará perícia na aeronave Cessna Aircraft, prefixo PT-KRE, que fez pouso forçado na manhã de quarta-feira (10),  em área pertencente à Cooperativa Coamo, em Dourados, às margens na BR-163, a 225 quilômetros de Campo Grande. O objetivo é descobrir as causas do incidente.

O avião foi apreendido e está recolhido junto à cooperativa. Conforme apurado pelo Midiamax, os peritos farão análise minuciosa para checar a configuração da aeronave, saber se houve alguma modificação e se todas as partes e componentes estão de acordo com o manual de fabricação. Além disso, será avaliada toda a dinâmica do voo, a fim de confirmar qual a origem e destino.

Por meio da perícia é possível descobrir também se, de fato, houve pane como alegou o piloto. Ele, inclusive, vem sendo investigado por envolvimento com o tráfico de drogas e a polícia tenta descobrir se fizeram algum tipo de modificação no Cessna para que pudesse transportar materiais ilícitos. Outro ponto a ser esclarecido é se o destino seria Dourados, ou outra cidade na fronteira com o Paraguai.

Suspeito de tráfico

O piloto Wadson Ranielly Fernandes, de 38 anos, será ouvido durante as investigações. Ele já foi alvo de operações da Polícia Civil e da Polícia Federal por uso de aeronaves no tráfico de drogas. Em 2017, durante desdobramentos da Operação Ícaro, a Deco  prendeu Wadson e Wellington José Magalhães, seu braço direito, por envolvimento com narcotraficantes.

Eles descaracterizaram aviões para emprego no transporte de entorpecentes, como forma de tentar despistar fiscalização policial. Durante investigações na época, a Deco descobriu que uma aeronave que pertencia à empresa de Wadson, localizada no cruzamento da Avenida Fernando Corrêa da Costa com a Avenida Fábio Zahran, na capital, havia caído com drogas na Bolívia. Na ocasião, um dia após o acidente, ele chegou a registrar boletim de ocorrência alegando ter sido vítima de furto.

No entanto, mais tarde, percebendo que durante a apuração do suposto furto a Polícia Civil se aproximou da verdade, ele acabou clonando a aeronave, e disse que o avião misteriosamente havia sido recuperado. Ou seja, ele pegou os mesmos dados da aeronave que havia caído na Bolívia e inseriu em outra, a fim de despistar ligação com o tráfico. Ele chegou a ficar preso, mas foi solto meses depois.

Em 2019, foi alvo da Operação Teto Baixo, deflagrada pela PF para desarticular organização criminosa especializada no tráfico interestadual de cocaína. Foram cumpridos 106 mandados cumpridos no Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins e Roraima, expedidos pela Vara de entorpecentes e organizações criminosas da Justiça Estadual de Roraima. 

Ainda não há informações sobre as circunstâncias do voo que resultou na queda nesta quarta-feira, mas a Deco irá investigar o caso. Apesar do acidente, Wadson não se feriu com gravidade, foi socorrido e encaminhado ao Hospital da Vida, em Dourados.

 

 

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