Modificados, veículos apreendidos com youtuber não podiam circular, diz Detran-MS

Veículos apreendidos com o youtuber campo-grandense Eduardo Rezende da Silva, responsável pelo canal Razuk Backstage, estavam irregulares e não poderiam circular. Laudo da perícia técnica veicular realizado pelo Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) comprovou modificações em uma caminhonete Amarok Extreme, BMW 118i e um Mini John Cooper Works. Resul…

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Veículos apreendidos com o youtuber campo-grandense Eduardo Rezende da Silva, responsável pelo canal Razuk Backstage, estavam irregulares e não poderiam circular. Laudo da perícia técnica veicular realizado pelo Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) comprovou modificações em uma caminhonete Amarok Extreme, BMW 118i e um Mini John Cooper Works.

Resultado da análise realizada a pedido do delegado Ricardo Meirelles, titular de inquérito que tramita na 3ª Delegacia de Polícia Civil e apura suposto desmanche, concluiu que além de alterações não autorizadas, os automóveis estavam sem equipamentos obrigatórios e poderiam emitir gases altamente poluentes, o que configura crime contra o meio ambiente.

Após realizar todos os testes no pátio de vistoria do Detran e comprovar as modificações do veículo, o engenheiro responsável pelo laudo, André Canuto, solicitou equipamentos metrológicos devidamente aferidos pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), a fim de atestar a quantidade de poluentes emitidos, tanto em poluição do ar quanto sonora.

Os três carros passaram por ensaios que foram feitos com a presença de investigadores da polícia civil do 3º Distrito Policial no último dia 28 de setembro. Entre as alterações foi comprovado que todo o sistema de exaustão dos carros havia sido modificado, sendo percebida, entre outras coisas a ausência do catalisador e da caixa acústica de ressonância intermediária.

Ainda conforme o laudo oficial, o catalisador é equipamento obrigatório de controle de emissão de gases e os sensores de exaustão apresentam sinais de manipulação de seu local original de coleta de dados.

O Departamento também analisou o veículo Subaru Impreza que foi apreendido durante operação policial e estava em uma oficina mecânica. O veículo, que estava sem motor, passou por inspeção nas dependências do Detran-MS no dia 29 de setembro onde foi comprovado se tratar de um carro importado sem registro no sistema Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), não sendo possível sua legal circulação no País.

BMW 118i

Em seu parecer, o engenheiro atesta que, no caso da BMW, trata-se de um veículo modificado, estruturalmente para se passar por outro modelo, superior da marca BMW. Modificações essas que não possuem autorização do órgão executivo de trânsito e que somente podem ser realizadas com a expressa autorização do detentor da patente, conforme lei de direitos autorais. Além disso, o veículo possui diversas modificações no gerenciamento eletrônico do motor, sistemas de segurança e escapamento, o que o torna poluente e inseguro para o uso no trânsito.

Mini John Cooper Works

O laudo comprovou que o veículo também passou por modificações no sistema de gerenciamento eletrônico do motor e seu escapamento, apesar de parecer original, foi modificado internamente a fim de dificultar sua verificação em fiscalizações de trânsito.

Contudo, as mudanças foram feitas em equipamentos obrigatórios pela Legislação Ambiental, fazendo com que passasse a poluir além dos limites legais.

Amarok Extreme

Por se tratar de um veículo a diesel, a caminhonete já possui indicadores elevados de poluição. Porém, o proprietário realizou modificações semelhantes às dos demais carros. Sendo que, neste caso, a Central Eletrônica identificava como aprovado, equipamento ausente no veículo.

De acordo com o documento, isso se deu devido a manipulação da central eletrônica. “A manipulação é tamanha que a tubulação da saída da turbina estava na cor azulada, o que caracteriza intempérie do material devido ao excesso de calor”, explicou o engenheiro responsável pelo laudo.

A conclusão dos laudos que, juntos contabilizam 105 páginas, indica que os veículos não possuem condições seguras para circular e que somente poderão voltar ao trânsito após regularização com retorno das características originais de fábrica e com as modificações ajustadas e regulamentadas pelo órgão executivo de trânsito. Além disso, há a necessidade de projeto emitido por profissional legalmente habilitado na área de engenharia mecânica e Certificado de Segurança Veicular.

 

Conteúdos relacionados