Defesa de delegado preso por suspeita de propina pede liberdade por ‘não oferecer risco’
A defesa do delegado Márcio Shiro Obara entrou com pedido de habeas corpus para a revogação da prisão, no fim da tarde desta segunda-feira (22) alegando que sua liberdade não abala a ordem pública e nem atrapalha o andamento do processo. O delegado foi preso durante a deflagração da terceira fase da Omertà, que aconteceu […]
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A defesa do delegado Márcio Shiro Obara entrou com pedido de habeas corpus para a revogação da prisão, no fim da tarde desta segunda-feira (22) alegando que sua liberdade não abala a ordem pública e nem atrapalha o andamento do processo. O delegado foi preso durante a deflagração da terceira fase da Omertà, que aconteceu no dia 18 deste mês, em Campo Grande. A defesa acredita que a resposta para o pedido de liberdade deve sair até está quarta-feira (24).
Durante a prisão de Obara, foram encontrados em seu apartamento e em um anexo na 2º Delegacia de Polícia Civil, onde era titular, um fuzil .356 e 700 munições de diversos calibres. O delegado que já tinha um mandado contra ele acabou preso em flagrante tendo a sua prisão preventiva decretada na última sexta-feira (19), pelo armamento encontrado.
De acordo com o advogado, Ronaldo Franco, o fuzil encontrado no apartamento do delegado estaria ligado a um homicídio ocorrido em Amambai, sendo que foi trazido para Campo Grande por Obara a pedido do delegado titular na época da cidade para manutenção e avalição do armamento. O delegado estaria na cidade para ministrar cursos de tiro.
Ainda segundo o advogado, o dinheiro apontado como propina recebida para atrasar investigação de homicídio seria na realidade herança recebida por Obara. Já os R$ 10 mil repassados ao investigador Célio Monteiro seriam pela compra de uma pistola Glock comprada pelo delegado, e que o dinheiro teria sido repassado 1 ano e 6 meses depois da execução de Ilson Figueiredo, que aconteceu em junho de 2018, o que na fala do advogado “não teria lógica”. Já os R$ 50 mil também repassados a Célio seria de um empréstimo feito ao investigador.
Nesta terça-feira (23), o delegado teve seu afastamento publicado no Diário Oficial. A publicação foi assinada pelo corregedor-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Márcio Rogério Faria Custódio, foi feita com base na prisão preventiva do delegado. A prisão foi decretada pela 7ª Vara Criminal, cumprida na última quinta-feira (18) durante a Operação Omertà.
Suspeita de propina
O delegado era investigado desde a deflagração da primeira fase da Omertà, em setembro de 2019, por suspeita de receber propina de R$ 100 mil para não investigar a execução de do policial da reserva e chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Figueiredo, em junho de 2018. Figueiredo teria sido executado em Campo Grande em vingança pela morte de Daniel Alvarez Georges, 43 anos, filho de Fahd Jamil.
O chefe de segurança do Legislativo de Mato Grosso do Sul foi acusado de ‘sumir’ com Daniel em maio de 2011 e o corpo nunca foi localizado. As investigações também se deram depois do assassinato de Matheus Coutinho que acabou morto em frente de sua casa com tiros de fuzil, em abril de 2019.
Omertà III
O objetivo da terceira fase da Omertà foi de desbaratar organização criminosa atuante em Mato Grosso do Sul, especialmente na região de fronteira, dedicada à prática dos mais variados crimes. Segundo o Gaeco, são crimes como tráfico de armas, homicídios, corrupção e lavagem de dinheiro. Com isso, foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, Ivinhema e, com o apoio do Gaeco de São Paulo, em Peruíbe.
Foram presos: Benevides Cândido Pereira, o Benê, o investigador da Polícia Civil Célio Rodrigues Monteiro, o Manga Rosa, Cinthya Name Belli, também policial civil Frederico Maldonado de Arruda, o Fred, Elvis Elir Camargo Lima, o ex-deputado estadual e conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) Jerson Domingos, Lucas Silva Costa, o Lukinhas, Lucimar Calixto Ribeiro, o Mazinho, o delegado da Polícia Civil Márcio Shiro Obara, Rogério Luis Phelippe e Rodrigo Betzkowski de Paula Leite, o Rodrigo Patron, todos estes alvos de Campo Grande.
Em Ponta Porã foram alvos: Fahd Jamil, o Fuad, o filho dele Flávio Correia Jamil Georges, o Flavinho, Melciades Aldana, o Mariscal, Marco Monteoliva (que estaria agora em São Paulo) e Thyago Machado Abdulahad (que estaria em Ivinhema). Mandados de prisão temporária foram expedidos contra Davison Ferreira de Farias de Campos e Paulo Henrique Malaquias de Souza, em Campo Grande. O Gaeco ainda não divulgou o balanço completo das prisões, mas sabe-se que além dos investigados na primeira fase da Omertà, foram por enquanto presos Obara e Jerson Domingos.
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