Teve a prisão preventiva decretada no fim da manhã desta sexta-feira (19), em relação ao armamento encontrado em sua casa, o delegado da Polícia Civil, Márcio Shiro Obara, que foi preso nesta quinta-feira (18) na deflagração da terceira fase da Operação Omertà, em .

O delegado que já tinha um mandado contra ele acabou preso em flagrante pelo armamento de origem estrangeira, sem documentação. Na custódia nesta sexta (19), foi determinada pela sua prisão preventiva pela posse do armamento, que foi encontrado em seu apartamento e uma sala privativa, que usava na 2º delegacia onde era titular.

Descoberta do fuzil

O armamento de Obara acabou sendo encontrado, na Avenida do Poeta. Lá, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao ) acabou encontrando um fuzil .556 e diversas munições de fuzis de origem estrangeira e sem documentação. Após o armamento ser encontrado foi descoberto pelos agentes, que o delegado tinha uma sala privativa na delegacia onde era titular. No gabinete dele nada foi encontrado, quando os agentes estiveram pela primeira vez na delegacia. Já em buscas na sala privativa do delegado, quando novamente os agentes voltaram ao prédio da delegacia, foram descobertas mais 775 munições de fuzis de cinco calibres diferentes, sendo todos de origem estrangeira. O delegado que já tinha um mandado contra ele acabou sendo preso em flagrante pelo armamento encontrado.

Suspeita de propina

O delegado era investigado desde a deflagração da primeira fase da Omertà, em setembro de 2019, por suspeita de receber propina de R$ 100 mil para não investigar a execução de do policial da reserva e chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Figueiredo, em junho de 2018. Figueiredo teria sido executado em Campo Grande em vingança pela morte de Daniel Alvarez Georges, 43 anos, filho de Fahd Jamil.

O chefe de segurança do Legislativo de Mato Grosso do Sul foi acusado de ‘sumir' com Daniel em maio de 2011 e o corpo nunca foi localizado. As investigações também se deram depois do de Matheus Coutinho que acabou morto em frente de sua casa com tiros de fuzil, em abril de 2019.

Omertà III

O objetivo da terceira fase da Omertà foi de desbaratar organização criminosa atuante em Mato Grosso do Sul, especialmente na região de fronteira, dedicada à prática dos mais variados crimes. Segundo o Gaeco, são crimes como tráfico de armas, homicídios, corrupção e lavagem de dinheiro. Com isso, foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, Ivinhema e, com o apoio do Gaeco de São Paulo, em Peruíbe.

Foram presos: Benevides Cândido Pereira, o Benê, o investigador da Polícia Civil Célio Rodrigues Monteiro, o Manga Rosa, Cinthya Name Belli, também policial civil Frederico Maldonado de Arruda, o Fred, Elvis Elir Camargo Lima, o ex-deputado estadual e conselheiro do (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) Jerson Domingos, Lucas Silva Costa, o Lukinhas, Lucimar Calixto Ribeiro, o Mazinho, o delegado da Polícia Civil Márcio Shiro Obara, Rogério Luis Phelippe e Rodrigo Betzkowski de Paula Leite, o Rodrigo Patron, todos estes alvos de Campo Grande.

Em Ponta Porã foram alvos: Fahd Jamil, o Fuad, o filho dele Flávio Correia Jamil Georges, o Flavinho, Melciades Aldana, o Mariscal, Marco Monteoliva (que estaria agora em São Paulo) e Thyago Machado Abdulahad (que estaria em Ivinhema). Mandados de prisão temporária foram expedidos contra Davison Ferreira de Farias de Campos e Paulo Henrique Malaquias de Souza, em Campo Grande. O Gaeco ainda não divulgou o balanço completo das prisões, mas sabe-se que além dos investigados na primeira fase da Omertà, foram por enquanto presos Obara e Jerson Domingos.