Dupla que matou jovem com correia em programa sexual vai a júri
Luiz Alves Martins filho, líder de grupo de extermínio ligado a pelo menos 15 mortes na região do bairro Danúbio Azul, em Campo Grande, volta a júri popular pela oitava vez, na próxima sexta-feira. Ele e o comparsa Claudinei Augusto Ornelas respondem pelo homicídio de Daniel Gomes de Souza Carvalho. A vítima foi asfixiada até […]
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Luiz Alves Martins filho, líder de grupo de extermínio ligado a pelo menos 15 mortes na região do bairro Danúbio Azul, em Campo Grande, volta a júri popular pela oitava vez, na próxima sexta-feira. Ele e o comparsa Claudinei Augusto Ornelas respondem pelo homicídio de Daniel Gomes de Souza Carvalho. A vítima foi asfixiada até a morte com uma correia de máquina de lavar roupa. Nando já foi condenado cinco vezes por homicídio e uma vez por ocultação de cadáver.
No caso da morte de Daniel, o julgamento está marcado para começar às 8 horas, no plenário do Tribunal do Júri. No dia 20 de dezembro de 2012, na rua dos Astronautas, Jardim Veraneio, no entorno do lixão, os réus engravataram, amarraram e estrangularam a vítima, à época com 17 anos. A motivação do crime teria sido por insatisfação do réu “Nando” com as condutas ilícitas praticadas pela vítima.
Segundo os acusados, ele estava cometendo furtos na região, inclusive tendo furtado garrafas do denunciado em data anterior. De acordo com a denúncia, Claudinei concorreu para a prática delitiva na medida em que aderiu à vontade de Nando e ajudou a dissimular a intenção homicida, fazendo com que a vítima acreditasse que iriam se encontrar com garotas para a prática de relações sexuais, mediante promessa de recompensa de R$100,00.
O réu Claudinei foi pronunciado por participação no delito e Nando por homicídio qualificado por motivo torpe, asfixia e dissimulação além de ocultação de cadáver.
Na sexta-feira passada, o júri absolveu Nando e Claudinei do homicídio de Ariel Fernando Garcia Lima Teixeira. O julgamento, presidido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, foi realizado no Fórum de Campo Grande. Nos outros seis júris ele foi condenado, com penas que somam 87 anos e seis meses de prisão.
Esquema
Conforme já noticiado, em 2016, operação da Polícia Civil desarticulou o esquema operado por Nando e vários comparsas. Em troca de favores sexuais, ele fornecia drogas a usuários do bairro e estimulava o vício. No entanto, tais usuários às vezes cometiam pequenos delitos, como furtos, e acabavam pagando com a vida quando descobertos.
O líder do grupo os sentenciava à morte de forma cruel, acreditando que estava fazendo um favor aos moradores, “livrando o bairro de bandidos”. Contudo, estava apenas agravando um problema que ele mesmo ajudou a criar. As vítimas eram mortas geralmente por enforcamento, e depois enterradas em um cemitério clandestino localizado nas imediações do Jardim Veraneio.
Condenações
Dos sete júris já realizados, Nando foi condenado pelos homicídios em cinco deles, e foi absolvido em dois casos, que envolvem Ariel e a morte de Ana Claudia Marques, pelo qual foi condenado apenas pela ocultação de cadáver. O primeiro julgamento aconteceu no dia 29 de junho de 2018, com a condenação do réu a 18 anos e 3 meses de reclusão pela morte da vítima “Café” ou “Neguinho”. O processo está em grau de recurso.
Ainda no ano passado, no dia 23 de novembro, Nando foi julgado e condenado a 18 anos e 4 meses de reclusão e 20 dias-multa pelo assassinato de Lessandro Valdonado de Souza. O processo também está em grau de recurso.
No dia 20 de fevereiro, ele recebeu nova condenação pela morte de Jenifer Luana Lopes. A pena foi fixada em 18 anos e 3 meses de reclusão. Dias antes, no dia 8, ele teve sua primeira e única absolvição até agora, sendo condenado apenas pela ocultação de cadáver de Ana Cláudia Marques. O crime foi atribuído a um de seus comparsas, que ainda não foi submetido a julgamento, pois recorreu. Pela ocultação do cadáver, a pena foi fixada em 2 anos de reclusão e 30 dias-multa.
No dia 10 de abril, ele teve a condenação a 16 anos e 3 meses de reclusão e 15 dias-multa pela morte de Flávio Soares Corrêa. No dia 26, foi condenado a 14 anos e três meses de prisão pela morte de Bruno Santos Silva. Ainda devem ser agendados os julgamentos pelas mortes das vítimas Alex da Silva dos Santos; Jhenifer Lima da Silva; Aparecida Adriana da Costa; Aline Farias da Silva; “Alemão” e Eduardo Dias Lima.
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