Testemunhas com medo travam investigação sobre delegado que matou boliviano
O medo de testemunhas está dificultando a investigação da Polícia Civil sobre a morte do boliviano Alfredo Rangel Weber, no dia 23 de fevereiro deste ano. O suspeito do crime é o delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, titular da Deaji (Delegacia de Atendimento a Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, que foi preso […]
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O medo de testemunhas está dificultando a investigação da Polícia Civil sobre a morte do boliviano Alfredo Rangel Weber, no dia 23 de fevereiro deste ano. O suspeito do crime é o delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, titular da Deaji (Delegacia de Atendimento a Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, que foi preso no dia 29 de março. Ele está detido em uma das celas do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) em Campo Grande.
Conforme as informações, testemunhas identificaram o delegado como autor das facadas, que foram desferidas depois de desentendimento em um evento na fronteira. No entanto, algumas das testemunhas se recusam a confirmar e identificar quem, de fato, deu os tiros na vítima dentro da ambulância.
O delegado Fernando Araújo também presta depoimentos evasivos e, de acordo com as informações obtidas pelo Jornal Midiamax, nunca responde de forma objetiva as perguntas. Ele se diz alvo de perseguição. A prisão preventiva do suspeito termina no próximo sábado (27).
Crime
Na data dos fatos, no dia 23 de fevereiro, Fernando estava com a esposa em Puerto Suárez, na Bolívia, participando de uma festa na associação de pecuaristas da cidade, já que o pai da esposa do delegado tinha vencido a eleição de presidente da associação.
Alfredo estava no local e foi questionar a esposa do delegado sobre uma dívida que o ex-marido dela teria com o boliviano. Houve desentendimento entre Fernando e Rangel, quando o delegado teria se apossado de uma faca e desferido cinco vezes contra a vítima. Quatro atingiram as costas e uma o tórax.
Após o crime, a vítima estava sendo levada para hospital em Corumbá, quando o delegado, conforme as informações, pegou o seu carro e já em território brasileiro, interceptou a ambulância. Ele teria aberto a porta de trás, confirmou que era o boliviano e efetuou quatro disparos contra o homem, que morreu no local.
O corpo foi levado para a Bolívia e a polícia brasileira teve acesso a necrópsia, que aponta os ferimentos de faca e os tiros.
Reconstituição
No dia 8 de abril, foi feita a reconstituição simulada do assassinato do boliviano Alfredo Rangel. A Corregedoria da Polícia Civil e a delegacia de Homicídios fizeram a simulação, mas o delegado Fernando Araújo não esteve presente. Testemunhas presenciais participaram da simulação para que todas as versões do caso fossem analisadas, para saber o momento exato em que Alfredo foi assassinado.
Sócio
Alfredo teria sido sócio de Odacir Santos Correa, ex-barão do narcotráfico preso pela Polícia Federal na Operação Nevada, em 2003. Odacir, que atualmente cumpre pena de 14 anos por tráfico internacional de drogas, também seria ex-marido de Sílvia Aguilera, atual mulher do delegado e filha de Asis Aguilera Petzold.
Afastamento do cargo
O delegado foi afastado de suas funções no dia 4 de abril. A decisão foi da Corregedoria Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, e pela decisão o delegado deverá entregar sua carteira funcional, suspensão de senhas para acesso a banco de dados da administração pública, além de sua arma também ser recolhida.
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