Professora morta a facadas, jovem atropelada pelo namorado e dona de casa esganada pelo esposo até a morte. Três casos que chocaram Mato Grosso do Sul e que aconteceram em apenas um dia, no último domingo (10). Data marcada de tragédias que mudaram vidas de famílias e aumentaram os números de no Estado.

De acordo com dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), de janeiro até o momento, oito mulheres foram assassinadas em MS. Campo Grande registrou apenas um caso de feminicídio nos primeiros meses de 2019, conforme a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

De acordo com a delegada Jennifer Estevam de Araújo, em janeiro e fevereiro de 2019 foram solicitadas 773 medidas protetivas em casos de violência doméstica contra mulheres na Capital. Destes pedidos, 687 foram deferidos pela Justiça.

No entanto, há diversos casos em que a medida protetiva é retirada, a partir daí fica o alerta da Deam. “Existe um projeto do poder judiciário que presta uma orientação antes da mulher tirar ou prorrogar a medida, porque muitas dessas vítimas acreditam na promessa de que o companheiro vai mudar”, destaca Jennifer. “Esse trabalho é feito por assistentes sociais e psicólogos para que a mulher tome a decisão com mais certeza”.

Ainda, conforme os dados da Deam, só este ano em Campo Grande, 85 homens foram presos em flagrante e 62 mandados de prisão cumpridos, relacionados a violência doméstica.

O feminicídio é considerado um crime de ódio por condição de gênero. Em todo o Estado já foram registrados oito casos em 2019. No ano passado esse número chegou a seis no mesmo período.

3 casos em um dia

No último domingo, três casos marcaram Mato Grosso do Sul. A professora Nádia Sol Neves Rondon, foi assassinada com 36 facadas no dia do seu aniversário, em Corumbá – a 444 quilômetros de Campo Grande. Edevaldo Leite de 31 anos é ex-namorado de Nádia e está preso pelo crime.

Carla Sampaio Tanan, 36 anos, foi assassinada atropelada pelo namorado Thiago Belatorres de 29 anos, depois de uma festa de família em Caarapó, município distante 273 km da Capital.

O irmão de Carla teria falado a polícia, que antes do casal sair da festa, Thiago havia dito a ele que “está será a última vez que você vai ver a Carla”. O homem teria ficado sem entender a afirmação do cunhado. “Acreditamos que ele (Thiago) já estaria premeditando a morte da Carla”, disse o delegado Anezio Rosa de Andrade.

Também no domingo, Laís Peres Rodrigues de 26 anos foi esganada até a morte pelo esposo João Gomes Olinto. O crime aconteceu depois de uma festa na cidade de Alcinópolis, distante 353 km de Campo Grande. Há cerca de um mês, Laís chegou a pedir medida protetiva, mas reatou com o marido.