O desembargador Sideni Soncini Pimentel, que atua no plantão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou em caráter liminar, neste sábado (28), liberdade a Eltom Pedro de Almeida. Eltom e outras 20 pessoas foram detidas nesta sexta-feira (27) durante Operação Ormetà, que investiga milícia em Campo Grande.

No despacho assinado na manhã deste sábado, o desembargador negou o habeas corpus afirmando que Eltom é apontado, conforme mandado de prisão preventiva expedido pela justiça de primeiro grau, como “integrante de organização criminosa em atividade de apoio, admitindo que possui a guarda de documentos que lhe são confiados a pessoas apontadas nas investigações preliminares como chefes de milícias”.

No pedido de liberdade, o advogado que representa Eltom afirmou que apenas uma prova teria sido coletada em desfavor do cliente, que teria usado caminhonete para transportar documentos do grupo.

Ao negar o habeas corpus, o desembargador Sideni relembrou o fato de arma de fogo ter sido apreendida com Eltom durante o cumprimento do mandado de prisão. “O que esmaece a alegação de ausência de envolvimento com as atividades ilícitas sob investigação”, segundo o desembargador.

O magistrado também justifica que comprovações sobre residência fixa e o trabalho de Eltom não foram juntadas no pedido, ou seja, não há comprovação. O mérito do pedido de liberdade ainda será analisado.

Outro pedido que também deve ser analisado pelo desembargador é o que trata sobre o mandado de prisão temporária expedido contra o advogado Alexandre Gonçalves Franzoloso. Ele não foi preso porque não estava em Campo Grande.

Segundo habeas corpus ajuizado pela OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), prerrogativa do advogado foi violada. A defesa afirma que ele se apresentará à Justiça na segunda-feira (30).

Operação Ormetà e execuções

A ação desenvolvida nesta sexta, contou com 17 equipes do Garras, Gaeco e Batalhão de Choque da PM. Foram cumpridos 44 mandados na Capital, sendo 13 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão. Informações são de que os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho seriam suspeitos de chefiar uma milícia envolvida com execuções em Campo Grande. A polícia apreendeu R$ 150 mil em posse do empresário Jamil Name.

Matheus Coutinho Xavier foi assassinado em frente à sua casa com 7 tiros de fuzil na cabeça, e na época de sua execução, no dia 9 de abril, foi levantado que a arma usada no crime poderia ter ligação com o armamento usado na execução de Ilson Figueiredo, que foi assassinado em junho de 2018.

O carro em que Ilson estava foi surpreendido, na avenida Guaicurus e alvejado por diversos tiros de arma de grosso calibre, entre elas, um fuzil. Aproximadamente 18 cápsulas foram recolhidas pela perícia no local. Depois de ser atingido, o veículo que ele dirigia bateu contra o muro de uma casa.

Os pistoleiros que executaram o chefe da segurança da Assembleia Legislativa usaram uma metralhadora e um fuzil AK-47 no crime. Encapuzados, vestindo preto e com coletes à prova de balas, os pistoleiros começaram a atirar contra o carro do policial aposentado uma quadra antes do local onde o carro parou. Nas imediações na Rua Piracanjuba, na região, o carro usado na execução de Ilson, um Fiat Toro, foi encontrado incendiado.

Também foi executado com armamento do mesmo calibre, Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, conhecido como ‘Orlando Bomba’ executado com tiros de fuzil na cabeça, tórax, e braços em frente a uma barbearia.

Dois homens chegaram em uma Dodge Journey, desceram e executaram ele, que saía do local e ia em direção à sua camionete Hillux. Um outro homem em uma moto deu apoio para a execução. A polícia encontrou no local com a vítima três celulares intactos que estavam com ele, além de cheques e quantia em dinheiro. O crime aconteceu no dia 26 de novembro de 2018.