Suspeito está foragido 

O juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de , Carlos Alberto Garcete de Almeida, rejeitou o pedido de revogação da prisão preventiva do acusado do feminicídio de sua companheira Mayara Fontoura Hosback, de 18 anos. A prisão preventiva foi decretada em audiência de custódia realizada no dia 16 de setembro, mas, até o momento, ele está foragido. Na decisão, omagistrado determina que ele se apresente o mais rápido possível.

A defesa do suspeito pediu que a prisão fosse revogada alegando que o acusado deseja se apresentar à polícia, porém teme por sua integridade física, e considera-se prejudicado, por plantões da imprensa em frente à Delegacia Especializada de Proteção à Mulher. O Ministério Público opinou pelo indeferimento do pedido.

Na decisão proferida nesta quarta-feira (27), o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, afirmou que não existem novos fatos que justifiquem rever a decisão que decretou a prisão preventiva do investigado.

Conforme o magistrado, “o crime teoricamente cometido pelo requerente é grave e possui repercussão social muito ampla (feminicídio), motivo pelo qual entendo que a sua colocação em liberdade, no momento, pode colocar em risco a ordem pública. Entendo ainda, também, sob o fundamento da garantia da ordem pública, que a prisão do investigado deve ser mantida neste momento, a fim de evitar sua reiteração criminosa, visto que, em consulta ao SAJ e ao SIGO, verifica-se que o requerente possui aparente conduta social voltada à prática criminosa”.

Além disso, o juiz também levou em consideração o fato de que o investigado recebeu alvará de soltura no dia 14 de setembro, um dia antes do crime. O magistrado também destacou que, após a cometer o feminicídio, ele teria fugido do local e encontra-se até o momento em local incerto e não sabido.

Assim, concluiu o juiz que a aplicação de medidas cautelares em substituição à prisão preventiva é insuficiente, mantendo a prisão.

Crime

Mayara Fontoura de 18 anos foi assassinada na madrugada deste do dia 16 de setembro na casa onde morava no Bairro Universitário, em Campo Grande.O suspeito teria invadido a casa da jovem para matá-la, durante a madrugada.

A jovem foi encontrada deitada na cama, enrolada apenas a um edredom, já sem vida. Vestígios de sangue foram encontrados pela polícia no quarto e o banheiro da casa e a arma do crime, uma tesoura, foi deixada pelo autor ao lado do corpo.Justiça nega recurso e mantém pedido de prisão de acusado da morte de Mayara

Mayara vivia com o autor do crime desde 2015. Com mais de dez passagens envolvendo apenas casos de violência doméstica, o suspeito acabou preso em abril deste ano em cumprimento a dois mandados de prisão, uma tentativa de homicídio e uma lesão corporal, ambos os crimes contra a ex-mulher.

O homem foi condenado pela lesão corporal a três meses de reclusão, em regime aberto e a três anos e sete meses pela tentativa de homicídio. Foi preso e fugiu do sistema prisional de Campo Grande pelo menos três vezes. Ainda assim, recebeu a liberdade provisória do dia 14 de setembro, véspera do assassinato de Mayara, por ter cumprido parte das penas e não ter “registro de falta grave em 2016”.