Caso Adriano: foto postada com bebida no dia do crime pode complicar boate

Investigação não muda indiciamento de policial

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Investigação não muda indiciamento de policial

Uma foto publicada em uma rede social auxiliará a Polícia Civil na investigação se o adolescente que acompanhava Adriano Correia do Nascimento, de 33 anos, no dia em que ele foi assassinado, estava alcoolizado. Responsáveis por darem bebidas ao jovem podem ser indiciados.

O delegado Fábio Sampaio, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) que investiga o caso, afirmou que todos os envolvidos serão ouvidos pela polícia. O padrasto do adolescente, que também estava na camionete no dia do crime, já prestou depoimento.

Segundo o delegado, o registro feito pelos policiais militares no dia do homicídio informa que as vítimas exalavam odor etílico, mas não foram feitos exames. “Se constatarmos que alguém deu bebida alcoólica para o adolescente, seja o padrasto ou os donos dos bares, haverá responsabilização”, disse a autoridade.

A polícia tem 30 dias para concluir a investigação. Segundo o delegado, Adriano e os dois amigos estiveram em um bar na Vila Nova Campo Grande às 19 horas e de lá seguiram para a boate, de onde saíram por volta das 5 horas, momentos antes do homicídio. Fotos divulgadas nas redes sociais pelos amigos podem ajudar nas investigações.

A informação é de que, em uma das imagens, o jovem estaria segurando uma lata de cerveja. O caso segue em investigação e a polícia esclarece que a investigação é paralela e não interfere no indiciamento do policial rodoviário federal.

O caso

No dia 31 de dezembro, o policial Ricardo Hyun Su Moon foi preso após matar Adriano a tiros. O caso aconteceu na Avenida Ernesto Geisel, nas proximidades da Rua 26 de Agosto e teria começado com uma briga de trânsito.

Na delegacia, o policial contou duas versões de como teria abordado a caminhonete Hilux conduzia pelo empresário. Mas depois da abordagem, ele afirma ter descido do seu veículo, uma Pajero e parado na frente da camionete. Neste momento, Adriano teria tentado jogar o veículo contra ele, quando atirou. O PRF teria efetuado ao todo sete disparos, atingindo o motorista no tórax, além de ferir o adolescente nas pernas.

Ferido, Adriano perdeu o controle da direção e atingiu um poste, que caiu sobre o carro. Ele morreu no local e as outras vítimas foram socorridas para a Santa Casa de Campo Grande. Ricardo chegou a ser solto pela Justiça, mas foi preso novamente após entendimento de que ele teria mentido no depoimento, alterando a cena do crime.

A polícia decidiu pelo indiciamento de Ricardo por homicídio e dupla tentativa de homicídio. Uma ligação feita por ele para a Polícia Militar no momento em que abordava o motorista ajudou a Polícia Civil a concluir o caso.

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