Detenção será em regime fechado 

O Tribunal do Júri de condenou Christiano Luna de Almeida a 17 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio doloso, quando há intenção de matar, e injúria racial. O homicídio foi agravado por ter sido praticado por motivo fútil e de maneira que dificultou a defesa da vítima. O réu é acusado de matar o segurança Jeferson Bruno Escobar, o Brunão, em frente a uma casa noturna da Capital. A condenação foi dada seis anos e oito meses depois do crime.

Para a decisão, os jurados levaram em conta além do crime, o histórico de Christiano. Antes do crime ele já havia se envolvido em três outros casos de agressão física, inclusive de natureza grave. Por causa de uma das agressões, ele chegou a ser expulso da universidade onde estudava.

Na sentença, o  juiz  substituto da 2º vara criminal, Daniel Raymundo da Mata, que conduziu o julgamento, afirmou que Christiano tem “conduta social desajustada que não contribui para a convivência harmônica e pacífica em sociedade”. Ainda segundo o magistrado, o réu “é afeito a brigas e confusões”.

Pela morte, a pena estabelecida foi de 16 anos e 4 meses, já pela injúria racial 1 ano e 6 meses de prisão.

Após a leitura da sentença, a mãe da vítima, Edcelma Gomes, de 46 anos, se disse feliz com o resultado do julgamento. Segundo ela, agora, o filho e o marido poderão descansar em paz. “Eu era motivo de chacota por estar correndo atrás. Me diziam que justiça não existe, e está aí, existe sim”, comentou.

Já a mãe do réu, Cecília Luna, de 54 anos, classificou o ato do filho como uma “fatalidade” e afirmou que Christiano não merece o julgamento que teve. “Qual menino nunca brigou na vida que atire a primeira pedra. Quem nunca bebeu em uma boate e se excedeu? Meu filho não é um menino ruim, o que pintaram sobre ele não é verdade”, disse.

 

Relembre o caso

Jeferson Bruno Escobar, o Brunão, trabalhava como segurança na casa noturna “Valley Pub”, quando foi espancado e morto por Christiano Luna. A morte do segurança foi registrada pelo circuito de câmeras da boate. As imagens exibem Christiano, na época acadêmico de direito, sendo retirado do estabelecimento por ter passado a mão nas nádegas de um garçom por duas vezes.

O segurança, conhecido como Brunão, foi quem alertou o rapaz primeiro, dentro da boate. Lá fora, Cristhiano foi dominado pelos seguranças, mas quis ficar no local. Entre um golpe e outro, o rapaz acertou o peito da vítima com um dos pés. Brunão morreu no local, antes do atendimento.Após 6 anos, acusado de matar Brunão é condenado a 17 anos de prisão

Christiano foi preso em flagrante no dia 19 de março de 2011, e, em razão da negativa do pedido de liberdade provisória, o acusado entrou com pedido de habeas corpus, sendo a ordem concedida e ele foi solto no dia 2 de maio de 2011. Já no dia 30 de junho de 2017, ele foi preso após descumprir medidas cautelares.

O julgamento do suspeito, no Tribunal do Júri, aconteceria em dezembro de 2012, mas foi adiado no STJ (Supremo Tribunal de Justiça). Em setembro de 2016, Christiano foi condenado dois anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto por agredir um homem de 28 anos em uma festa no Parque de Exposições de Campo Grande.

*Matéria editada Às 18h46 para acréscimo de informações.