Ex-acadêmica de Direito deixou filhos e fugiu para casebre para não ser presa

A prisão aconteceu nesta terça-feira

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A prisão aconteceu nesta terça-feira

Foram mais de dois anos de fuga até que a bacharel em direito, Emory Luiza Rodrigues Ramos, fosse presa pela morte do próprio tio. Em uma tentativa de escapar da prisão, ela deixou os três filhos na casa de uma colega, na Vila de Itaúna, no norte do Espirito Santo e foi para um casebre no meio de um matagal com o atual namorado e um terceiro envolvido.

Na manhã desta terça-feira (22), policiais civis do município de Conceição da Barra conseguiram localizar Emory. Contra ela, havia um mandado de prisão em aberto pelo assassinato do tio, José Antunes Rodrigues de Oliveira. O crime aconteceu em 2014, quando a ela e um namorado mataram o homem a pauladas, atearam fogo no corpo e roubaram R$ 20 mil.

Foi só após a divulgação recente do caso e de uma campanha do pai do filho mais velho de Emory para encontrar o garoto, que a Polícia Civil de Conceição da Barra recebeu informações do paradeiro da suspeita. A primeira informação era de que a mulher estava em Costa Dourada, na Bahia.

“Nossa equipe de inteligência logo descobriu que a informações não era verídica e que ela estaria aqui no norte do Espirito Santo”, contou o delegado responsável pela investigação Ramiro Pereira de Diniz Neto. Em pouco tempo, os policiais descobriram o paradeiro das três crianças, de 12, 9 e 3 anos.

Os irmãos estavam em uma casa na Vila de Itaúna, depois de serem deixadas pela mãe na noite de segunda-feira (21). “Ela pode ter recebido alguma informação de que estávamos atrás dela. Deixou as crianças falando que iria resolver umas cosias e logo voltava”, lembrou o delegado.

A partir daí, uma equipe da delegacia montou campana, próximo da residência, para caso Emory voltasse. Enquanto isso, um segundo grupo de investigadores conseguiu novas informações e chegou a possível localização da suspeita.

Na terça-feira (22) de manhã, Emory, o namorado e um terceiro homem foram encontraram em uma casa de apenas um cômodo, localizada no meio de um matagal, nos assentamentos da região. “Os dois homens foram trazidos para a delegacia autuados por favorecimento pessoal e liberados depois de assinar um termo.A Emory teve o mandado cumprido”.

Segundo o delegado, a investigação do caso acontece em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro, mas durante a prisão a suspeita negou o crime. Nas palavras dela, foi ex-namorado quem matou o tio. A todo o momento ela afirmou ser vítima do ex-companheiro, que hoje está preso pelo homicídio na Bahia e relatou que era agredida e aprisionada dentro de casa por ele.

Fim das buscas

Os três filhos de Emory foram levados para o Conselho Tutelar depois da prisão. “Não falamos com as crianças para não expor elas. Elas nem foram para a delegacia, ficaram em uma casa para crianças e os parentes foram avisados”, contou.

Assim que recebeu a notícia, o tatuador Adham Wahab, de 30 anos, pai do filho mais velho da suspeita, viajou de Campo Grande para o município para finalmente buscar menino Nicholas Ghassan Rodrigues Wahab, de 12 anos. Foram dois anos sem notícias do filho, que resultou em uma campanha na internet para chegarem à localização da família.

Nas redes sociais, a filha de José Antunes Rodrigues escreveu um texto de agradecimento a todos os que ajudaram a compartilhar o caso e relatou o sentimento de justiça com a prisão da prima. “Hoje, cada sorriso, cada lágrima, todo sentimento de conforto que meu irmão, o Adh, minha família, meus amigos e eu sentimos, é resultado do esforço de cada um de vocês… Doeu muito, e me dói todos os dias. Mas saber que não estamos sozinhos torna tudo mais suportável”, escreveu.

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