Caso está na Justiça

Audiência realizada na terça-feira última (19),  a administradora de empresas que supostamente teve cerca de de R$ 100 mil em joias furtadas de sua residência em outubro de 2013 destacou que a babá Eunice Batista Ferreira, principal suspeita do , só foi encontrada depois de um registro de violência doméstica foi feito por ela na delegacia.Denúncia de violência doméstica leva polícia até acusada de furtar R$ 100 mil em joias

Durante depoimento, a empresária contou que Eunice não foi presa porque não houve flagrante, já que ela não foi encontrada no dia do crime. Mas a demora em encontrá-la foi maior ainda porque, segundo a administradora, o endereço informado por Eunice dias após a sua contratação estava errado.

A administradora disse que Eunice só foi localizada depois que ela tomou conhecimento, através da filha da babá, que um desentendimento entre ela e o marido acabou parando na delegacia. “A polícia não conseguia encontrar ela no endereço que passou pra gente porque era falso, não existia. Mas a filha dela me disse que ela tinha brigado com o marido e depois foi na delegacia registrar um boletim de ocorrência. Então avisei o delegado e eles encontraram ela pelo endereço do boletim”, conta.

O crime

A administradora contou que a babá já trabalhava há 1 ano e dois meses em sua residência quando o fato aconteceu. Segundo ela a irmã de Eunice trabalhou por algum tempo em sua casa cuidando do filho quando era recém-nascido. Depois de algum tempo a mulher teria deixado o trabalho e indicou a irmã Eunice, mas como empregada doméstica. Eunice teria começado a trabalhar na residência como empregada, mas pouco tempo depois passou a cuidar também dos dois filhos da administradora.

No início do mês de outubro, em um domingo a vítima conta que foi com os filhos e a babá até a casa de sua mãe e teria pagado Eunice uma diária para cuidar das crianças e limpar a casa da mãe. No início da noite, já em casa, a administradora teria recebido um ligação de sua mãe que reclamava da falta de uma aliança que estaava em uma gaveta no quarto.

“Fiquei até assustada com a ligação, porque além dela, eu e meus filhos só tinha a Nice e eu não queria desconfiar dela. Liguei para ela e contei que minha mãe até passou mal por causa da aliança, mas ela disse que não viu. Então convidei ela a voltar no outro dia na casa da minha mãe para procurarmos novamente”, diz a administradora.

Mas a vítima destaca que já havia procurado em todos os lugares e tinha certeza que a aliança não estava lá. Na segunda-feira ela teria voltado com a babá na casa da mãe, que havia ido para uma chácara, e teria deixado a babá sozinha no quarto procurando. Segundo ela, em menos de 10 minutos depois Eunice apareceu dizendo que tinha achado.

“Fiquei feliz pela minha mãe, mas triste por ela. Eu sabia que aquela aliança não tava lá e dei a ela a chance se redimir. Ela não demorou nem 10 minutos para encontrar a aliança que eu i minha mãe procuramos por horas. Ela ainda foi contraditória, falou que achou em um ligar, mas me mostrou outro quando fomos até o quarto”, destaca.

Já desconfiando de Eunice, a administradora conta que na noite de domingo, depois da ligação da mãe, resolveu olhar em suas coisas e sentiu falta de algumas, mas o susto foi grande quando resolveu olhar em uma caixa onde guardava as joias de família, que além do valor comercial, tinham também valor sentimental.

“Vi que estavam faltando coisas que não usava sempre como bolsas e carteiras, mas o susto foi maior quando abri a caixa onde guardava joias que um dia seriam da minha filha, joias de família que ganhei da minha mãe e ela da mãe dela. A caixa estava vazia. Contei para meu marido e acabamos ligando uma coisa na outra”, explica.

A caixa, segundo a administradora tinha uma chave única, mas essa chave foi perdida. Então alguns dias antes de ver que estavam faltando algumas joias durante a procura de um controle remoto de videogame, a vítima teria pedido para o marido abrir a caixa com uma ferramenta para procurar dentro. Foi aí que viu que havia sido furtada.

Durante os dois dias seguintes, a mulher conta que ainda perguntou várias vezes para Eunice se ela não tinha visto nada ou desconfiado se alguém teria entrado na casa, mas segundo a administradora a babá dizia que não sabia de nada. Foi então que na quarta-feira, a vítima disse que iria chamar a polícia e até fingiu uma ligação para um delegado.

“Fingi que estava falando no telefone com o delegado e de repente ouvi barulhos vindo da dispensa e fui ver o que era só que não encontrei mais ela. Perguntei para meu marido se ele havia visto ela e ele disse que ela tinha acabado de sair da casa. Depois disso ela nunca mais apareceu em casa, só conversamos por mensagens”, conta.

Acusadas

Eunice também foi ouvida nesta tarde e mais uma vez confessou o crime, mas destacou que o montante informado na denúncia como sendo o valor total dos objetos furtados está além do que realmente foi levado da residência. “Eu peguei uns anéis e pulseiras e tenho certeza que não valeu a pena porque não deu nem R$ 3 mil”, diz a babá.

Além dela, Sandra Rodrigues da Silva, acusada de receptação por ter comprado as joias de Eunice também foi ouvida. Eunice conta que vendeu as joias para Sandra porque ela foi a única que não pediu nenhum tipo de recibo dos objetos na hora da compra. “Todos os outros locais pediam documentos das joias e a Sandra não pediu”, destaca.

Em sua defesa, Sandra disse que não imaginava que as joias haviam sido produto de furto, já que algumas apresentavam até alguns defeitos. “Tinha uns que chegavam quebrados e amassados. Eu não sabia que eram roubados”, conta.

A sentença deve ser expedida em três meses. A babá irá responder por furto qualificado.