32 menores de idade estavam em casa noturna na noite em que menino morreu

Bebidas como vodca e catuaba eram servidas de graça a cada 30 minutos

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Bebidas como vodca e catuaba eram servidas de graça a cada 30 minutos

A festa em que um adolescente de 17 anos passou mal após ingerir bebida alcoólica, e morreu horas depois, em uma casa noturna na rua Pajuçara, na madrugada do último domingo (13), teve a presença oficial de 32 menores de idade, segundo o estabelecimento. Vodca com energético ou catuaba foram servidas de graça no intervalo de uma hora, pelo menos, segundo a responsável pelo local.

A proprietária do bar, Fátima Menas Kalil, disse ao jornal Midiamax que naquela noite, os adolescentes eram identificados com uma pulseira, e que o procedimento impedia a compra de bebidas alcoólicas. Mas segundo ela, apesar de Guilherme ser menor de idade, ele estaria sem a identificação. A falha teria começado na portaria da casa, e a dona promete investigar as imagens do circuito interno para descobrir como o garoto entrou.

Para ela, os adolescentes convenceram o segurança e assim conseguiram entrar no bar sem autorização dos responsáveis. “A segurança foi corrupta, os menores negociaram com o segurança”, diz. Fátima diz que conversou com um amigo do garoto, que teria lhe dito que ele teria bebido pelo menos uma dose. Ainda segundo ela, ele estaria em um grupo com dois colegas maiores e dois menores.

Uma das hipóteses é de que os maiores tenham pegado a bebida e repassado ao menor. Fátima afirmou que é permitida a entrada de menores de 18 anos, desde que tenham a autorização dos pais reconhecida em cartório, e seria a partir desses documentos que ela teria identificado a quantidade de adolescentes no evento.

A empresária justificou ainda que o evento não era de sua responsabilidade, já que o local foi cedido a um promotor de eventos, que realiza a festa no bar uma vez por mês. Fátima informa que a próxima edição, programada para dezembro, está mantida. “Não tem como culpar o evento, nem a casa. foi uma fatalidade”, justifica.

A casa noturna que é conhecida na Capital pelas atrações de rock, uma vez por mês dá espaço para a festa “Colocada”, com funk e pop. “Em outras festas tenho o controle total, tenho um controle rigoroso”, comentou.

Na página de divulgação do evento no Facebook, foi publicado que a festa teria rodadas de bebidas alcoólicas de graça, a cada 30 minutos. A entrada custava R$ 20 e a estimativa de Fátima é de que naquela noite aproximadamente 700 pessoas tenham passado pelo bar.

Morte – Guilherme desmaiou dentro do bar, por volta das cinco horas da manhã de domingo (13). Ele foi socorrido pelo brigadista do bar e depois pelo Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), segundo ela. Levado ao Centro Regional de Saúde do bairro Tiradentes, o adolescente morreu na unidade por volta das seis da manhã.

“Não houve omissão. Ele foi atendido imediatamente e tudo que estava ao nosso alcance foi feito”, diz Fátima.

De acordo com o boletim de ocorrência, os amigos do adolescente disseram que Guilherme passou mal após ingerir bebida alcoólica.

Família – À mãe, o adolescente tinha dito que iria em uma Lan House, próximo ao Shopping Campo Grande. O jovem morava com a família no bairro Zé Pereira, região Oeste da cidade. Abalada, Maria Zuleide Simplicio da Silva, 50 anos, mãe de Guilherme, disse que está aguardando o laudo médico, e finalizou: “Entreguei na mão de Deus”. (Editado às 8h40 de 17 de novembro)

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