Fiel diz que foi mantida em cárcere por pai de santo em Campo Grande

Mulher registrou boletim de ocorrência no MT

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Mulher registrou boletim de ocorrência no MT

Uma moradora de Mato Grosso registrou um boletim de ocorrência contra um pai de santo de Campo Grande. A mulher alega ter sido mantida em cárcere em um centro de candomblé na capital sul-mato-grossense, ter sido ameaçada e ainda, ficado sem diversos pertences usados em rituais da religião.

A vítima disse à polícia de Mato Grosso que veio a Campo Grande para “dar uma obrigação de sete anos do candomblé”. Ela conta que, após passar 20 dias no centro [de candomblé], entrou em choque e depressão por saudade do marido e dos cinco filhos. Ela teria fugido do local e ficado vagando pelas ruas, mas reclama que o pai de santo “nem se comoveu e nem foi procurá-la”. Depois, a mulher afirma ter ligado para familiares, que a buscaram.

O relato confuso continua e consta ainda no registro que, após um mês, ela voltou a ter contato com o pai de santo, por meio de amigos e de uma ligação telefônica. Ele teria falado para ela voltar ao centro para terminar os rituais, que já havia raspado o cabelo, feito a matança e que se ela não retornasse, ‘ficaria louca e perderia o marido’.

A mulher diz ter resolvido voltar ao centro de candomblé, momento em que teria ficado em cárcere privado. Ela conseguiu fugir novamente, foi para casa, entrou em contato com o pai de santo pedindo para que ele devolvesse os pertences dela, o que foi negado. O registro continua com a mulher narrando que pagou R$ 18 mil antes de os rituais começarem, para custear mão de obra e materiais do ritual.

Procurado, o pai de santo admitiu que conhece a autora da denúncia, mas preferiu não se manifestar sobre a denúncia.

Foto polêmica

Junto à denúncia com cópia do Boletim de Ocorrência registrado no Mato Grosso, circula também uma foto do mesmo pai de santo com um tamanduá morto, esfolado sobre uma mesa coberta por uma toalha com motivos afros e à frente de instrumentos de percussão. Mesmo assim, ele afirmou que não se tratava de ritual, mas sim de um animal morto, encontrado na estrada que foi encaminhado para ser taxidermizado.

Segundo o presidente da Fecams (Federação dos Cultos Afro-Brasileiros e Ameríndios do Estado de Mato Grosso do Sul ) Irbs Santos, as religiões afro-brasileiras não utilizam animais silvestres em rituais, até mesmo, porque é proibido por lei. Segundo ele, se algum caso de utilização de animais silvestres ocorrer é por conta “pessoas despreparadas, que não respeitam a lei e querem aparecer”, diz.

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