Rapaz acusado de dois homicídios em Campo Grande confessa mais um crime à polícia

Wagner Martins de Oliveira confessou ter matado Kaio Wesley Lopes Gouveia, no dia 22 de setembro

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Wagner Martins de Oliveira confessou ter matado Kaio Wesley Lopes Gouveia, no dia 22 de setembro

Wagner Martins de Oliveira, de 19 anos, preso há três semanas por acusação de homicídios, confessou na tarde desta terça-feira (25) mais um crime à polícia. Durante as investigações sobre a morte de Éderson dos Santos Malaquias, o rapaz assumiu ter matado Kaio Wesley Lopes Gouveia, de 16 anos, no dia 22 de setembro de 2011, no bairro Estrela do Sul.

Segundo o delegado titular da 2ª DP, Weber Luciano de Medeiros, Wagner caiu em um blefe. “Disse a ele que eu estava com os laudos da perícia e que os projéteis da arma encontrados no corpo do Kaio eram da mesma arma do que o projétil encontrado no corpo de Éderson, ou seja, só poderia ser ele”, contou o delegado.

O motivo que levou o acusado a matar o adolescente teria sido uma discussão iniciada por causa do comentário de Wagner, ou Pezão, como é conhecido, sobre o uniforme do Flamengo que Kaio estava usando.

“Só falei da camiseta e ele já veio trompando em mim e dizendo que ia me matar”, conta Pezão. De acordo com ele, após uma discussão, Kaio subiu na motocicleta de um amigo e, com uma barra de ferro nas mãos, disse que ia matá-lo.

Antes da promessa se cumprir, Wagner voltou em casa, pegou o revólver e foi atrás de Kaio para matá-lo. “Não engulo desaforo e não estou arrependido do que eu fiz”, diz Pezão. Para o delegado, o rapaz não mede as consequências dos atos. “Ele é um irresponsável, inconsequente”.

Wagner é acusado por dois homicídios qualificados e uma tentativa de homicídio, o que pode lhe custar 30 anos de prisão.

Caso

Wagner é acusado do assassinato de Éderson dos Santos Malaquias, que foi morto a tiros no dia 4 de setembro, no bairro Jardim Imperial. De acordo com depoimento do rapaz, o homicídio é resultado de uma “treta antiga entre Imperial e Estrela do Sul”, bairros vizinhos onde os envolvidos moravam. Ele deixou claro que grupos rivais organizados dos dois bairros tentam tomar o controle e, assim, aniquilar a presença de outras gangues e comandar ações criminosas, como tráfico de drogas.

Ainda contra Pezão existe a acusação de uma tentativa de homicídio contra Eliezer José Borges, que levou dois tiros, dos três disparados pelo autor. Sobre isto, o rapaz alega que não tentou matar o outro, que seria seu amigo.

Sobre a morte da mãe, Maísa Oliveira, Pezão diz que ainda não sabe quem é o autor do crime, mas desconfia. Embora o assunto ainda cause revolta no rapaz, ele diz não estar mais atrás de quem cometeu os disparos. “Minha mãe nunca fez nada para ninguém, sei que a pessoa que fez isso queria me atingir”, diz Pezão.