Na política, nada se improvisa, acaba prevalecendo sempre o razoável. Mais ainda quando se trata de atores de verdade atuando. E tem sido assim, jogando especulações sem base na lixeira dos equívocos. Quem tem intuição e conhecimento da política nunca levou a sério as pesquisas de 2018, que apresentavam Dilma como favorita para o Senado. Era apenas pelo fato de ser mais conhecida, tendo deixado a Presidência há menos de dois anos. Naquelas pesquisas, nem Zema, nem Rodrigo Pacheco e muito menos Bolsonaro apareciam. Já em 1985, desde muito, estava claro que a oposição só venceria no Colégio Eleitoral com Tancredo Neves, de um lado, e Paulo Maluf, do outro.

Agora, mais uma vez a solução natural parte de Minas, com antecedência e à revelia dos nomes naturais, mais preocupados com as missões recebidas e em processo de execução. Mas não se briga com a realidade. Surgem naturalmente no radar da sociedade.

Para a Presidência da República, nenhum destes cinco autocandidatos que ensaiam uma frente anti-Bolsonaro tem substância e muito menos formação para uma união. Buscam apenas conseguir espaços na mídia, mas depois será mesmo cada um por si. A tal ponto chegou as opções sem sustentação que já surgiu nos o senador Tasso Jereissati, que é um bom nome, mas em legenda fraca e sem condições de recuperação em médio prazo. Os tucanos sobreviveram enquanto se faziam de conservadores, liberais, para enfrentar o PT. Hoje se sabe que são “primos” , exceto os mineiros.

Queiram ou não o nome viável, sem contestar nenhuma candidatura, mas, como natural, pelas marcas que apresenta, é o governador Romeu Zema. O perfil que a sociedade brasileira pede, na correção, discrição, desambição, simplicidade e eficiência. A tal ponto que tem boa aceitação, apesar do pouco que pode fazer face à herança pesada e à pandemia. Mas o povo percebe que faz o melhor de si e o que é possível. E bem cercado, sem corte de bajuladores e aproveitadores.

Na sucessão estadual, que poderia parecer que a solução seria a reeleição, o deslocamento de Zema para o cenário nacional coloca o senador Rodrigo Pacheco como nome natural. No mais, ele estará garantido na disputa por estar em meio de mandato e nada tendo, portanto, a perder. Vai saltar com a rede embaixo.

O candidato da terceira via irá certamente ao segundo turno. E, sendo Zema, terá o apoio de Bolsonaro; se o opositor for Bolsonaro, terá o apoio do centro-democrático. Caso seja Ciro, terá o apoio dos que têm juízo.

Muito difícil que não venha a ocorrer este quadro. Quem viver verá!