Como uma bomba, a acaba de anunciar, do nada, uma nova reprise da novela “O Cravo e a Rosa” (2000) para iniciar nos próximos dias. A partir de 6 de dezembro, a emissora abre uma nova faixa de , logo após o Jornal Hoje, dedicada a reapresentar apenas folhetins que marcaram os horários das 18 e 19 horas ao longo das últimas décadas.

Escrita por Walcyr Carrasco e Mário Teixeira e inspirada no clássico “A Megera Domada”, de William Shakespeare, “O Cravo e a Rosa” é ambientada na São Paulo dos anos 1920 e narra o tumultuado entre o rude caipira Petruchio (Eduardo Moscovis) e a geniosa Catarina (Adriana Esteves). Confira a propaganda veiculada pela Globo anunciando a volta da novela em dezembro:

Sucesso de público, a trama já foi exibida em quatro ocasiões e esta será a quinta. Em 2000/2001, a exibição original marcou excelentes índices. A reprise, em 2003, no “Vale a Pena Ver de Novo” também foi um sucesso. Em 2014, a Globo decidiu reapresentá-la pela terceira vez, mas os números não foram satisfatórios. Cinco anos depois, no VIVA, em 2019, “O Cravo e a Rosa” foi escalada para ocupar o principal horário de reprises do canal pago e se tornou, simplesmente, a maior audiência da história do VIVA.

Sua sucessora, em dezembro do mesmo ano, foi “O Clone”, que se consolidou como a segunda maior audiência da história da emissora fechada. Curiosamente, dois anos depois, as duas novelas de maior sucesso no VIVA estão de volta à TV aberta, e, praticamente, na mesma sequência em que foram reexibidas menos de 24 meses atrás.

Recentes, as “novas” reprises dominarão a grade vespertina da Globo pouquíssimo tempo depois de terem estourado na TV paga e podem apresentar sinal de saturação. “O Clone”, no “Vale a Pena Ver de Novo”, não vem acumulando índices satisfatórios para a emissora, desde que reestreou no início de outubro. Em um horário terrível para o Ibope, “O Cravo e a Rosa” pode fracassar tanto quanto em 2014, quando foi exibida na mesma faixa. Será a terceira reprise nos últimos 7 anos. 

“O Clone” também se encontra em sua terceira reprise nos últimos 10 anos. Retransmitidas em excesso, os folhetins podem acabar não atraindo novamente o público, que já deve ter cansado dessas mesmas histórias, tantas vezes seguidas na TV. No entanto, a memória afetiva também pode ser fisgada. A estratégia de veicular novamente, em tão pouco tempo, os folhetins que mais bombaram no VIVA pode resultar em triunfo, ou ser um grande tiro no pé — devido ao desgaste dessas novelas.