Enquanto os jornais do país inteiro cobriam a divulgação do vídeo da polêmica reunião ministerial de Jair Bolsonaro (sem partido), pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a edição deste sábado (23) do Jornal do SBT foi cancelada, dando lugar à transmissão do programa de fofocas “Triturando”.

De acordo com o colunista Mauricio Stycer, do portal Uol, a notícia de que teria mandado cancelar a edição do jornal foi recebida com “choque” pela equipe de da emissora. Desde a estreia, em agosto de 2005, o SBT Brasil nunca tinha deixado de ir ao ar. A decisão da emissora também não foi previamente comunicada aos espectadores.

De acordo com a coluna, Silvio Santos ouviu reclamações de que a edição de sexta-feira do jornal teria desagradado o governo Bolsonaro. O tema do jornal, como de se esperar, era justamente o conteúdo do vídeo, em que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pede a prisão de ministros do STF e a ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, fala em prender governadores.

Ainda de acordo com Stycer, O dono do SBT teria pedido, no início da tarde de ontem, que o jornal não voltasse a tratar do assunto, mencionando apenas a agenda do dia do presidente. A equipe de repórteres que estava de plantão não teria recebido explicações sobre a decisão.

A divulgação do vídeo pelo Supremo se dá no âmbito da investigação sobre as acusações do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, que, ao pedir demissão, revelou que Bolsonaro estaria tentando interferir no trabalho da Polícia Federal. Moro citou a reunião ministerial em questão, como exemplo das intenções do presidente.

No vídeo, Bolsonaro fala em trocar ministros ao citar sua frustração em receber informações sobre a segurança da família no Rio de Janeiro. Os filhos do presidente estariam sendo investigados em esquemas de com dinheiro público, além da disseminação de notícias falsas na campanha eleitoral de 2018.